sábado, 9 de abril de 2005

Quando Morre uma Criança

Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espirito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham. Apocalipse 14.13

As flores caem também na primavera. Quando nasce uma Criança é maravilhoso depois em alguns momentos; um despetalar brutal. Uma Criança trazida ao mundo pelo onipotente criador é uma alegria. Contudo, quando por qualquer razão elas são cortadas de nosso convívio pela morte prematura, os gritos surgem de angústia e perplexidade da alma humana.

Em seu livro, ?One small sparrow? (Um pequeno pardal), Jeff Leland reúne crônicas sobre a luta de seu filho de dez meses contra uma doença fatal da medula óssea; ao feitor é dado tanto um relatório gráfico da tortura médica que esse garotinho teve que sofrer, quanto uma boa teologia.

?Quando nosso garotinho estava atravessando o vale da sobra da morte, durante seu transplante... não sentíamos mais a mão de Deus... Mas foi então que sentimos a batida de seu coração... Foi então que percebemos mais profundamente que Ele é um Deus pessoal que chora, que se familiariza com cada sofrimento, que foi machucado por uma de nossa dores.? (Jeff Leland, One Small Sparrow, Multinomah Books, 1995, p. 2l7)

Aqui no hospital ando, já chorando, de tanto sofrimento. Uma mãe que chega com o pequeno Rodrigo que escapou de sua mão e atravessou a rua atropelado entra pelo pronto-socorro, um choque. Uma mãe que após tanto tempo sente o filho nascer, logo sou chamado pelo médico que gostaria de que eu estivesse junto porque a pequena Camile de três dias faleceu.

A experiência de um Pastor chamado Ray Rogers é profunda e nos ajuda a crescer. Tivemos um verão repleto de atividades. Os pequenos filhos Nancye e Bryan participaram da Escola Bíblica de Férias, Brincaram no quintal. Tudo estava bem quando repentinamente o mundo parou e todos ao planos mudados. Bryan não estava bem. Realizados os exames uma cirurgia foi marcada, Bryan tinha um tumor maligno. Segundo o médico sua vida teria aproximadamente mais um ano. Contar aos outros, a decisão foi não contar, mas todos ficaram sabendo. Os meses seguintes à operação foram repletos de desespero, pois o tumor se alastrava pelo corpo. Procuramos vários textos na Bíblia que falassem de cura. Chega o Natal, fotos enviamos para os parentes, daquelas que toda família faz um cartão. Para Nancye uma casinha de bonecas, para Bryan um trenzinho elétrico. Gritos de alegria pelos presentes, o trenzinho parecia real. Graças a esta enfermidade crescemos juntos em nossa vida devocional; foi aí que recebemos o prognóstico de que a medicina não poderia fazer mais nada por Bryan, a não ser mantê-lo mais confortável. Bryan deveria agora ficar direto no hospital; arrumando seu quarto no hospital ele me diz ?Você mãe pode ficar com todos os meus brinquedos.? Pensei que meu coração iria explodir; segurei as lágrimas, mas ele sabia que estava morrendo. Fomos chamados numa manhã, quando ao chegar no hospital nos disseram que Bryan havia falecido. Seus rins já haviam parado, sua situação era precária. E agora não podemos nos agüentar, como contar para Nancye? O velório de Bryan foi feito na igreja que seu pai pastoreava.

O sermão foi feito pelo pai de Bryan; contou ser este seu presente para o filho, era seu testemunho de Fé para todos daquela comunidade. Com lágrimas o Pastor Ray Rogers pediu a ajuda da Igreja, ?Não podemos escapar do Sofrimento, mas podemos passar por ele. O caminho passa por uma montanha chamada Calvário e atravessa uma sepultura vazia, termina ao lado direito de Deus Nosso Pai.? (Palavras do Sermão de Ray).

Como reagir a perda de um Filho? Procure aceitar a realidade da morte. Recuse-se Blasfemar contra Jesus. Aceite a ajuda e ministração de outros. Olhe ao seu redor, quem mais sofre comigo, fiquem juntos. Conserve vivas as boas lembranças. Recuse-se entrar no jogo do ?e se.? Aceite o fato de que a morte é superada através de um processo diário. Permita que tal experiência estimule-o (a) a ser uma pessoa que Deus quer usar na vida de outros. (Raymond Bryan Brown, ?The Fire of Truth?, Editora Broadm Press 1982 p. 21 e 22)

?Porque estás abatida, ó minha alma? Porque te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu.? Salmo 43:05
Escrevo estas palavras rogando ao Senhor que conforte e ensine de novo a viver depois de ter perdido uma parte de si, um filho. Que Deus conforte os corações dos Pais que precisaram enterrar um filho. Oremos e ajudemos estas pessoas como cristãos. São muitos hoje que precisam de oração e de um ombro amigo. Não sejas como um botão fechado, mas uma rosa aberta comunicando tudo o que Deus é para outros.

Rev. Hilário Batista Junior (Capelão do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba ? PR)

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A Bíblia só foi traduzida para 2.426 das 7 mil existentes línguas faladas no mundo.
Precisamos nos apaixonar novamente pelas Sagradas Escrituras!

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