segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Animais matemáticos

Animais matemáticos

Uma sensacional descoberta da Ciência diz respeito ao peixe-arqueiro, equipado para resolver o problema da refração da luz. Para que alguém, estando fora da água, possa atingir com precisão um objeto submerso, é necessário um cálculo muito complexo, porque tal objeto parece mais próximo do observador do que realmente está.

O peixe-arqueiro enfrenta esse problema ao reverso: ele vê um inseto em um ramo fora da água e, rapidamente, projeta a cabeça ou apenas a boca para além da superfície e abate o inseto com um certeiro jato de líquido, como se cuspisse. A medida que vai à tona, ele mira fazendo a compensação pela refração da luz, tudo com uma extraordinária capacidade de cálculo matemático instantâneo, inata ao animal e que lhe foi concedida por um Deus inteligente!

Outro extraordinário exemplo de precisão matemática são as células construídas pelas abelhas, as quais, em geral, são hexagonais, com base piramidal de três lados iguais. Acerca da maravilha arquitetônica desse pequeno inseto, Huberto Rohden escreveu: Em princípio do século 18, o célebre naturalista Réaumur propôs à argúcia dos profissionais o seguinte problema: "Construa-se um prisma hexagonal limitado por paralelogramos e base piramidal de três rombos iguais. Que tamanho deverão apresentar os respectivos ângulos da base para que o vaso comporte a maior capacidade possível, com um gasto mínimo de material?"

Grande número de eminentes sábios tomou parte no certame, entre eles, o abalizado matemático Koenig. Apurou este que os ângulos maiores deviam apresentar 109 graus e 26 minutos, e os menores 70 graus e 34 minutos. O resultado parecia satisfatório; nem houve quem contradissesse ao afamado cientista. Não houve? Houve, sim, e foi uma criatura bem miudinha - a abelha.

Esse abelhudo cidadão teve a sem-cerimônia de não fazer caso dos cálculos do homo sapiens, continuando a construir imperturbavelmente as suas tradicionais células, com os respectivos ângulos de 109 graus e 28 minutos, os maiores - e de 70 graus e 32 minutos os menores. A diferença era insignificante, apenas de dois minutos em cada ângulo; mas existia; devia, portanto, haver erro de uma ou de outra parte.

O fato deu para muito quebra-cabeça. Puseram-se os sábios a examinar grande número de células em diversas colmeias, mas todas elas obedeciam à mesma bitola, não se encontrando uma só abelhinha que se decidisse pelas proporções da ciência humana.

Ter-se-ia a abelha enganado? Estariam em erro os profissionais da nossa inteligente raça? À falta de uma solução satisfatória, foi a questão caindo, a pouco, no olvido [esquecimento], em tácito desconceito dos himenópteros...

Eis senão quando um fato inesperado vem projetar nova luz sobre o problema!

Acontece que um navio mercante dá num escolho e faz água. Responsabilizado pelo desastre, o comandante prova não haver culpabilidade de sua parte, porque se guiara exatamente pelas tabelas logarítmicas das escolas náuticas do país. Foram essas tabelas submetidas a uma rigorosa averiguação, e descobriu-se nelas um erro insignificante, mas bastante para fazer desviar um navio do seu rumo primitivo.

Ora, dessas mesmas tabelas é que Koenig se tinha servido na solução do problema de Réaumur. Estava, pois, errada a base do cálculo.

Reconstruído sobre a verdadeira base, o cálculo de Koenig coincidiu perfeitamente com a antiquíssima tradição do povo das abelhas.

Para formar o desejado volume, deviam os ângulos obtusos ter 109 graus e 28 minutos, e os agudos 70 graus e 32 minutos - justamente como a abelha os construía desde os tempos pré-históricos.

Grande vitória? O inseto derrotando o homo sapiens num certame de matemática!

Quantos anos de trabalhos e canseiras não passa o homem para penetrar nos segredos da matemática, das equações, das raízes quadradas e cúbicas, dos cálculos diferenciais e infinitesimais! Que cabedal de esforço intelectual para desvendar os mistérios da geometria e da trigonometria! Segredos esses que uma desprezível abelhinha conhece, e sabe aproveitar com infalível segurança, desde o primeiro momento da sua existência. (Huberto Rohden, Maravilhas do Universo, São Paulo, Alvorada Editora e Livraria Ltda., sétima edição, 1984, pp. 114-116).

Equilíbrio e firmeza - As grandes perdas nazistas em aviões sobre a Inglaterra, na Segunda Guerra Mundial, deixaram Hitler e seu alto comando não apenas perplexos e desesperados, mas também profundamente frustrados. Isso se deve ao fato de que os ingleses, observando atentamente o vôo cego dos morcegos, criaram o radar - considerado o segredo mais bem guardado de toda a história da civilização. Com esse extraordinário invento, os britânicos podiam localizar com precisão o avanço das dezenas de esquadrilhas inimigas a tempo de se prepararem para a defesa e o contra-ataque, salvando assim seu país das fulminantes investidas da força aérea alemã.

Foi ainda observando os morcegos e os golfinhos - que se orientam por meio de vibrações de alta freqüência, ou seja, os ultra-sons refletidos pelos objetos ao seu redor - que os cientistas inventaram o sonar, aparelho que indica a presença e localização de submarinos, minas submarinas ou outros objetos submersos.

São abundantes, em todo o reino animal, as provas de que o homem ainda tem muito que aprender da criação. As vespas fabricam papel, as formigas constróem pontes e os castores erguem represas. Os polvos usam a propulsão a jato, e as aranhas tecem sete espécies de teias, fabricando telas e laços. A fêmea da traça lança um perfume que o macho pode sentir a uma distância de dez quilômetros, mesmo que só uma molécula toque na sua antena.

O salmão volta ao local em que nasceu depois de passar anos no mar aberto, porque cada um deles lembra-se do cheiro característico do riacho de onde veio e pode detectá-lo ao nadar nas águas costeiras.

Diante de tanta ordem e beleza, um teólogo assim parafraseou o texto de Isaías 44.24: Ontem, hoje e sempre, eu sou e permaneço o criador; é sobre mim que descansa o equilíbrio do mundo e a firmeza do Universo.

Abraão de Almeida (Pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol)

Revista Graça Show da Fé, ano 6 - n.º 75

sábado, 15 de outubro de 2005

Triunfo na Tragédia

Triunfo na Tragédia

Patrícia St. John, que tem sido descrita como uma mulher de uma fé extraordinária, entregou a vida ministrando à pessoas nos lugares mais necessitados de nosso planeta. Ela estava no Sudão quando refugiados de guerra invadiram o país. Eles haviam sofrido terrivelmente e perdido tudo, no entanto os que entre eles eram crentes ainda davam graças a Deus.

Patrícia disse que, certa noite, durante um culto numa igrejinha lotada no Sudão, ouvindo aqueles refugiados cristãos cantar alegremente, ela teve uma visão que mudou a sua vida. "Se pudéssemos, teríamos mudado as suas circunstâncias," disse, "mas não teríamos mudado as pessoas". Ela então percebeu com clareza que Deus "nem sempre tira as pessoas da situação. Ele mesmo entra na situação... Ele não os traz para fora da escuridão. Ele se acende luz na escuridão".

A visão de Patrícia se aplica à sua vida? E se, apesar de sua constante oração, Deus não livrar você de circunstâncias terríveis? A Palavra de Deus nos diz que os cristãos muitas vezes também sofrem (Hebreus 11:35-38). E então?

Deus promete estar ao seu lado. Ele lhe fortalecerá e lhe dará graça para alegrar-se mesmo face o sofrimento e a perda. Isso é que é verdadeiro triunfo na tragédia.

"Este é o conforto na minha aflição, porque a Sua Palavra me deu vida" (Salmo 119:50)

Vernon C. Grounds

 

domingo, 9 de outubro de 2005

Rádios Evangélicas: Eu juro que tentei!

Rádios Evangélicas: Eu juro que tentei!

Há cerca de um mês eu mesmo me propus um desafio.

Há tempos não parava para ouvir uma rádio evangélica, não que eu não tivesse tempo, eu não tinha mesmo era paciência. Mas fui duro comigo mesmo, e tentei. O que ouvi e percebi nesse desafio é o que passo a narrar neste texto.

Minha primeira conclusão é que estamos passando por um grande deserto. A igreja deve estar passando por um grande período de estiagem, de seca. Só isso pode explicar a quantidade de músicas pedindo chuva. Faz chover, derrama tua chuva, vem com tua nuvem, abre as comportas do céu, derrama a chuva, chuva de avivamento...

Em contrapartida, também fala-se muito de fogo. Quando não é chuva, é fogo. Realmente é fogo ouvir tanta coisa assim. Tinha até uma música (?) falando do "diabo fazendo careta, e o crente com esse fogo faz churrasco de capeta".

Acho que a mesma música ainda falava de "fogo no diabo da cabeça aos pés". As outras falavam de fogo como algo bom. Não consigo ver isso na linguagem bíblica. Fogo sempre está relacionado à destruição, juízo, etc. Era tanto fogo que, é claro, tinha que ter alguém se derretendo. Pois é exatamente o que diz uma das músicas que ouvi, num super arranjo instrumental, muita animação, uma letra boa até o ponto que fala que "eu vou me derreter..."

Lembrei-me, e não tinha como não lembrar, dos amigos de Daniel, na fornalha... nem um fio de cabelo tostado, inteiros, intactos. Eles não derreteram. Também lembrei de Paulo escrevendo aos Coríntios dizendo que "se alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um, pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo FOGO (...) se a obra de alguém se queimar (derreter), sofrerá ele dano." Bem... eu continuo querendo não ser derretido.

Outra coisa. Alguém pode pedir para os "levitas" pararem de pregar entre as músicas? O pior é que o choro das milhares de "valadões" deu lugar a voz ofegante e "cansada" dos "Quinlans, Sheas e Fernandinhos". Parece que os camaradas correram uma maratona antes de chegarem ali, então gritam com voz rouca, emocionada, sensual (também, com tanta música falando de beijo, abraço, colo, carinho, etc). E o público delira...

Previsão do tempo na música "gospel": Se não tiver chuva, o tempo vai ficar nublado. Só isso pra explicar a quantidade de nuvens no céu da música evangélica. As nuvens de glória nem deixam o sol da justiça brilhar, esse é o problema. Aliás, nuvem de glória não, shekiná (esqueci que tudo agora tem que ser em hebraico). Shekiná pra ali, Shekiná pra lá, nuvem, peso de glória, nuvem carregada. Sai de baixo... vem temporal aí!

Aliás, o tempo também está propício a romances. Como tem músicas românticas no nosso meio. Engraçado é que pra não dizerem que fizeram uma música SOMENTE romântica, todas elas têm algo do tipo "Deus quem me deu você", só pra não admitirem que o que queriam mesmo, no fundo no fundo, era fazer sucesso no meio secular, como cantores românticos.

Mas como a qualidade não é lá essas coisas, permanecem no meio "gospel", pois aqui qualquer porcaria vende (lá também, mas o jabá é mais alto).

Outro lado dessa moeda, e esse eu acho pior, são as músicas românticas-sensuais-eróticas que são dedicadas a "Jesus". Também, não era de se esperar menos, afinal de contas, com uma NOIVA tão desesperada...

É um tal de "quero teu colo", "teu carinho", "quero te beijar, te abraçar" ... Mais legal ainda são algumas capas de CD´s com um Jesus "saradão" vindo resgatar a noiva. Aliás, eu gostaria de perguntar uma coisa: Quem seqüestrou a noiva??? A noiva está sendo preparada ou está em cativeiro? Sim, porque é tanto clamor pro noivo vir resgatar a noiva que eu já nem sei mais o que pensar. E eu pensando que a noiva estava sendo adornada, purificada, preparada para as Bodas do Cordeiro. Que nada! Ela está sob domínio do inimigo, necessitando ser resgatada pela SWAT angelical ao comando do noivo "saradão".

Aliás, realmente eles pensam que é assim. Só isso pode explicar tantos cânticos pedindo "libertação" e "cura" para os que já foram salvos. E mais uma vez eu aqui, com cara de trouxa, acreditando que a liberdade conquistada na cruz era suficiente, que o sacrifício ÚNICO de Jesus bastou para me libertar. Nada disso! Todo culto eu tenho que clamar: "Vem me libertar", "Quebra minhas cadeias", "Enche meu coração vazio", "Liberta-me, Senhor". E eu pensando que "se, pois, o FILHO vos libertar, VERDADEIRAMENTE SEREIS LIVRES". Que bobagem a minha...

Bem... na verdade foram poucas horas que consegui essa façanha de ficar ouvindo uma rádio evangélica. Não agüentei nem 6 horas.... mais um pouco e eu surtava... e eu não podia surtar, estava trabalhando... sintonizei na MPB FM... e dei graças a Deus pela boa música popular brasileira...

Artigo escrito por José Barbosa Junior, levando-nos a refletir sobre os rumos tomados pela música evangélica atual.
José Barbosa Junior é escritor, pregador e editor do site Crer e Pensar.

A Bíblia só foi traduzida para 2.426 das 7 mil existentes línguas faladas no mundo.
Precisamos nos apaixonar novamente pelas Sagradas Escrituras!

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