segunda-feira, 31 de março de 2008

Nasceu para Salvar

Fiquei impressionado com uma reportagem que li numa revista há algum tempo atrás sobre a menina que nasceu para salvar sua irmã.

Quando tinha 15 anos, os pais de Anissa descobriram que a filha tinha leucemia. Para salvá-la seria necessário que alguém lhe doasse a medula, mas em sua família não havia ninguém que pudesse fazer isso.

Os pais então decidiram gerar uma nova criança com o fim de salvar a filha. Foi assim que nasceu Marissa. Quando tinha 14 meses foi submetida a uma operação e sua medula transplantada para a sua irmã, salvando-lhe a vida.

Bem, foi mais ou menos assim que Deus agiu no objetivo de nos salvar.

Todas as pessoas que nascem vem a este mundo contaminadas com uma "Leucemia Espiritual"  -  o pecado.

Deus, o Pai e Jesus, o Filho, decidiram salvar a cada pessoa impregnada com o vírus do pecado que é mortal. Jesus nasceu e depois morreu na cruz no lugar de cada um de nós.

Ele disse: "Eu vim buscar e salvar o que se havia perdido". Toda pessoa infectada pelo pecado tem a possibilidade de salva-se, basta que creia em Jesus o doador da vida eterna. Ele, e somente ele é a única pessoa que morreu para nos salvar da perdição eterna. Por outro lado, você é a única pessoa que pode aceitar essa doação de vida eterna.

Faça uma oração e clame a Jesus para que ele salve você agora mesmo.

Certamente Anissa ficará eternamente grata a Marissa que nasceu para salvá-la. Se você é uma pessoa salva expresse sua gratidão a Jesus através de uma vida comprometida com os seus ensinos de tal maneira que o Senhor seja sempre glorificado.

Viva para aquele que morreu para salvar você!

Pr.  Pedro Solomca
Igreja Batista em Capoeiras, Florianópolis, SC

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quinta-feira, 27 de março de 2008

O escudo que nos protege do erro

"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir." Martinho Lutero

Infelizmente parte da Igreja evangélica não tem sido guiada exclusivamente pela Palavra de Deus. Em algumas denominações percebe-se nitidamente que a tradição religiosa, as experiências místicas, além de técnicas terapêuticas e estratégias de marketing, servem como bússola e orientação àqueles que se denominam cristãos.

Como não poderia deixar de ser, a soma destes fatores tem corroborado com o surgimento de significativos distúrbios na comunidade da fé. Isto se percebe nitidamente em nossos cultos, onde o evangelho pregado é extremamente humanista.

Quanto aos louvores ministrados em nossas assembléias, o que se vê são grotescos desvios teológicos, onde através de estapafúrdias canções, mandamos e desmandamos em Deus. Além disso, nossa liturgia é "hedonista" e centrada nas necessidades humanas, onde o que é importa é levar vantagem sobre tudo e todos. Já nossas orações são maniqueístas; nossa fé dualista; nossa espiritualidade descartável.

Caro leitor, creio veementemente que boa parte dos nossos problemas eclesiásticos se deve ao fato de termos abandonado a margem da existência as Escrituras. Não tenho a menor dúvida de que somente a Bíblia Sagrada é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; só ela é o árbitro de todas as controvérsias, como também a norma para todas as decisões de fé e vida. É indispensável que entendamos que a autoridade da Escritura é superior à da Igreja, da tradição, bem como das experiências místicas adquiridas pelos crentes. Como discípulos de Jesus não nos é possível relativizarmos a Palavra Escrita de Deus, ela é lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos.

O reformador João Calvino costumava dizer que o verdadeiro conhecimento de Deus está na bíblia, e de que ela é o escudo que nos protege do erro.

Em tempos difíceis como o nosso, precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra de fé, prática e comportamento.

Pense nisso! Soli Deo Gloria,

Renato vargens (renatovargens.blogspot.com)

terça-feira, 25 de março de 2008

Com licença: Posso continuar tradicional?

Hoje, no meio evangélico, e talvez até entre os batistas, quem quiser continuar sendo tradicional, quase tem de pedir desculpas aos chamados "contemporâneos" (me refiro aos praticantes do evangelho da pós-modernidade). Então, como pastor batista tradicional assumido (não fundamentalista, nem tradicionalista), gostaria de pedir desculpas, a quem interessa possa, pelos seguintes motivos:

1- Creio que em 2Timóteo 3:14 (Tu, porém, permanecesse naquilo que aprendestes, e de que fostes inteirados, sabendo de quem os tens aprendido."), o Espírito Santo me ordena a permanecer naquilo que aprendi. Como tenho convicção que o que aprendi vem de o Senhor Jesus através de sua palavra infalível - a Bíblia Sagrada - quero continuar tradicional nesse permanecer, entendo, de forma simples, que a "fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 3), não comporta novidade alguma como acréscimo. Prova disso é a convicção de Paulo em Atos 20:27, afirmando que anunciou aos irmãos de Éfeso "todo o conselho de Deus". Creio também que todo o conselho de Deus já está lá, nas Escrituras Sagradas! Ela é completa e suficiente como rumo da fé! Como tenho medo de me "apartar da simplicidade e da pureza que há em Cristo" e seguir "outro evangelho" (2Cor. 11:3-4), prefiro continuar tradicional na doutrina bíblica a seguir os "visionários" do evangelho da pós-modernidade, temperado até com doutrinas da nova era (só não vou citar alguns nomes dos promotores deste evangelho anátema, porque teria, por uma questão de justiça, de citar nomes até de pastores batistas, incoerentes, pois de batistas só mantém o rótulo, ms o legado doutrinário e histórico já sacrificaram nos altares do humanismo e do pragmatismo), mesmo que muitos que estão seguindo "a visão" ou "a unção" dos anátemas estejam conseguindo o tão almejado "sucesso".

2- Lendo o contexto do texto (2Tm. 3:1-9 e 4:3-4), entendo que o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, já estava antevendo a influência maléfica que o humanismo, o antropocentrismo, o misticismo-sincrétista e o relativismo iriam exercer sobre as igrejas. Essa influência trouxe, dentre outras mudanças importantes (para não dizer letais, pois aí seria muito negativismo...), pelo menos duas muito sensíveis:

2.1- A maneira de encarar a fé. A fé deixou de ser alicerçada na revelação do mistério de Deus - Cristo - que  é seu autor, consumador e ápice desta revelação, contida tão somente na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, e passou a ser encarada como uma "lei que pode ser dominada por qualquer pessoa que aprende os seus segredos". Sendo assim, "a fé perdeu sua base nas escrituras e passou a ser intimizada: o que cada um pode sentir passou a ter mais valor do que o que está escrito. A fé intimizada, vivida em nível de sensações e sentimentos... (com isso) a tradição e a história perdem o valor e dá-se muito mais valor às emoções, visões, sonhos...." (Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho).

2.2- A questão da liturgia. Mesmo que muitos digam que liturgia não tem nada a ver com doutrina, na verdade ela expressa a doutrina que abraçamos. A liturgia do "evangelho da pós-modernidade" transformou o culto num "show", num entretenimento para afagar o ego humano. Num ambiente assim, vale o que está na moda e fazendo sucesso (aqui em minha cidade, uma igreja "evangélica" promove roda de capoeira no santuário, para atrair jovens). As músicas e hinos são julgados pelo tempo de uso e pelo ritmo, não mais pela sua mensagem. Mesmo que um hino seja pura adoração e tenha uma teologia realmente bíblica, pode ser duramente rechaçado se estiver num hinário considerado antigo, tradicional, como Cantor Cristão por exemplo.

Peço licença para não aceitar essa forma simplista e imatura de julgar o valor de uma música de adoração, e também não posso aceitar o desvio da fé que o tal "movimento da fé" está impondo sobre as igrejas. Se isso é contextualização, tô fora! Como professor, trabalhando na rede públicas com adolescentes, tenho lutado para ensinar aos meus alunos que contextualização não é massificação - o ato de deixar de pensar - e que eles não precisam colocar piercing em toda parte do corpo para se sentirem contextualizados. Será que os nossos cultos têm que seguir todos um mesmo padrão (o padrão lagoinha!).

Prefiro continuar tradicional e ter a liberdade de poder pensar, de poder julgar o que presta e o que não presta. Prefiro ficar com a liberdade de usar somente a Bíblia como regra de fé e conduta e como referencial para o culto, para a adoração e o louvor, tendo assim liberdade para cantar os cânticos contemporâneos que me convierem e também, a liberdade de cantar hinos considerados antigos, sem ter que ficar "constrangido" por isso, o que me interessa é se sua mensagem é abalizada pela Bíblia.

3- Por fim, peço licença para continuar tradicional, crendo que minha maior necessidade não é entrar para esse ou aquele movimento ou conhecer "o mais novo método" de crescimento da igreja (assim como no louvor, sou livre também para conhecer e praticar ou não um método, desde que seja realmente bíblico e viável para a realidade de minha igreja). O de que mais necessito é conhecer a Jesus, saber mais dele e me envolver cada vez mais com ele, tornando assim possível que outros venham a conhecê-lo também. "Antes crescei na graça e no conhecimento de Cristo Jesus" (2Pedro 3:18). Esse conhecimento é muito mais escriturístico do que místico. Continuar tradicional, a meu ver, não é ignorar os desafios e as necessidades (crises) do homem do meu tempo e viver preso ao passado nostálgico, não! É, dentre outras coisas, viver a fé de maneira vibrante, dinâmica, com alegria contagiante (opa! Mas sem pula-pula e requebrados"!). A abordagem ao homem contemporâneo, certamente é contemporânea, mas a resposta aos seus dilemas certamente é tradicional: "Cristo é a Única Esperança!"  A resposta não é uma campanha, ou um método, não são palavras mágicas de "mantras evangélicos", não é um movimento de primeira ou "terceira onda", a resposta é uma pessoa É Jesus!

Ele deixou em seu testamento o rumo da igreja, a base e o objetivo da fé: Ele mesmo. Mas, para muitos, como diz o já citado Pr. Isaltino, "a visão é ser uma mega-igreja. Neste afã, doutrinas e posições históricas são sacrificadas por métodos esquisitos e antibíblicos desde que estes dêem certo. O que vale é o pragmatismo de ajuntar gente, de ter uma igrejona... A igreja precisa de rumo. Ela não precisa de novos propósitos como alguns parecem interpretar".

Quero continuar tradicional pregando  apenas a sã doutrina, a palavra, a pessoa de Jesus e sua obra redentora, singular, na cruz "que ainda firme está". Mesmo que isto signifique ter um "perfil" inadequado para a cultura vigente (viva e venerada em nossos processos de sucessão pastoral). Nossa "cultura" prefere se voltar às fábulas. Quero ser um "pastor desnecessário", pregando a Cristo, considerando isso um grande privilégio que me faz tremer de temor.

Termino fazendo um apelo: Que outros irmãos, pastores, líderes, assumam posição. Mesmo que alguns achem esse tema "controverso" e cheguem a ficar "ababelados". Mesmo que haja "um zelo insano para conter o debate", como disse o dc. Joel Evangelismo Bueno (OJB nº 37, edição de 12/904, p.7). Mesmo que alguns venham a dizer que isso é fundamentalismo. Não importa, é preciso assumir e manifestar posição. Louvo a Deus por aqueles que já o tem feito com maestria. A todos meu muito obrigado. Quanto aos que não concordam com uma tomada de posição, além do meu pedido de desculpas, quero pedir licença para parafrasear Paulo: Daqui pra frente ninguém me importune, pois trago em minha consciência a convicção de um batista tradicional e em meu caráter quero ter as marcas de Cristo.

Pr. Eliseu Lucas - Igreja Batista Vieira, em Teresópolis RJ
(Publicado no O Jornal Batista em 24/4/05)


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A Benção de Adoecer

"Mas, que posso dizer? Ele falou comigo e ele mesmo fez isso. Andarei humildemente toda a minha vida por causa dessa aflição da minha alma. Senhor, por tais coisas os homens vivem, e por elas também vive o meu espírito. Tu me restauraste a saúde e me deixaste viver. Foi para meu benefício que eu tanto sofri..." (Is 38.15-17ª NVI).

Estamos acostumados a celebrar a bênção da saúde, pois saúde é coisa boa. Saúde: é bom estado do organismo cujas funções fisiológicas se vão fazendo com regularidade e sem estorvos de qualquer espécie; saúde é harmonia, equilíbrio, alegria, enfim.

Mas a realidade é que muitas vezes vemos a saúde fugir; órgãos importantes apresentam problemas e aspectos e funções vitais de imenso valor são seriamente prejudicados. Adoecemos. Adoecemos, com maior ou menor gravidade, na infância, na adolescência, na idade adulta e principalmente na velhice. Às vezes a proximidade da doença é anunciada, e podemos até preveni-la ou atenuar-lhe as conseqüências. Outras vezes, a doença é repentina e fulminante.

Pois bem. Qual é a nossa atitude em relação à doença? É evidente que ela altera ou perturba nossa vida e atropela nossos planos, sonhos, e vontade imensa de viver com qualidade.

À semelhança do rei Ezequias, e de minha experiência na mais recente hospitalização, quero convidar o leitor a refletir comigo sobre A BÊNÇÃO DO ADOECER.

Como notamos no texto de Isaías, acima reproduzido, disse o rei, depois de sua grave doença e da intervenção divina a prolongar-lhe os anos de vida: "Foi para meu benefício que eu tanto sofri".

Que bênçãos, que descobertas positivas para existência humana recebemos ou deparamos na doença? É o que desejo lembrar e assinala, sem pretender exaurir o tema.

1. Quando adoecemos, descobrimos nossa finitude e humanidade. Não podemos tudo, não conseguimos fazer tudo o que queremos, interrompem-se nossos projetos, alteram-se nossos planos, damos-nos conta de que com saúde nos julgávamos necessários e até insubstituíveis; só que descobrimos, num leito de enfermidade, que o mundo não pára, a vida continua e às vezes nossos empreendimentos ou negócios chegam até a produzir mais.

2. Quando adoecemos, tomamos consciência da unidade e solidariedade da raça humana. Sim. Fazemos parte de uma humanidade pecadora, passível de adoecer e de transmitir de geração em geração doenças ou potencial delas que freqüentemente nossa indisciplina precipita que venham a aparecer. É o caso da cardiopatia de minha avó e de minha mãe que me dispôs a problemas cardiológicos com que venho padecendo há quase quinze anos. Espinho na carne com que tenho de conviver. Pena que tenha herdado muito mais os defeitos que as virtudes do coração delas!

3. Quando adoecemos, descobrimos que todos somos iguais: pobres e ricos, grandes e pequenos, homens e mulheres, doutores ou analfabetos, palacianos ou gente de rua, santos e pecadores. Todos adoecemos ou podemos adoecer. No leito da enfermidade, descobrimos a tolice do orgulho, da vaidade, da pretensão humana, da mania de grandeza. E do leito, saímos mais humanos e humildes. E não é isso uma bênção?

4. Quando adoecemos, aprendemos "experiencialmente" a natureza relacional e interdependente do ser humano, e o valor da gentileza, da simpatia, do bom humor, da paciência. Pensávamos, quando saudáveis, não precisar de ninguém, não depender de ninguém, que dinheiro era capaz de adquirir todo bem estar, todo prazer, toda felicidade. Doentes, em leito hospitalar luxuoso ou singelo, rodeados de gente altamente capacitada e profissionalmente competente, ou de gente simples, nós nos damos conta de que precisamos dessas pessoas, dependemos delas, temos de tratá-las bem. Em troca, recebemos o carinho e o cuidado delas. E como é bom ver médicos, enfermeiros e enfermeiras e todo pessoal hospitalar, a trabalhar feliz e com diligência para nos prover bem estar, alívio de nossas dores ou desconforto e recuperar nossa saúde ou nossa esperança!

5. Quando adoecemos, verificamos a importância da família e do amor e cuidado que nos devota. Às vezes, parentes que não víamos fazia anos, comparecem em nosso quarto de hospital ou em casa, trazendo novo alento e razão para viver. Até reconciliação entre parentes desavindos ocorre durante nossa enfermidade, e só vamos saber depois. Como é bom ter família e ser família. Mas também, enfermos, descobrimos o valor de nossos amigos, de perto ou de longe, que nos levam carinho e solidariedade.

6. Quando adoecemos, recebemos consolações novas e novos insights da Palavra e Deus, se somos crentes em Jesus Cristo, tementes a Deus e acostumados a manejar a Bíblia, o Santo Livro. O leito de enfermidade constitui privilegiado lugar de meditação nas grandes verdades da fé, antes apenas parte de nosso discurso religioso. Ali somos consolados por Deus e nos tornamos fontes de consolação. É verdade.
A doença acaba abrindo espaços e cavando abismos em nossa vida que a graça divina vem preencher. No leito, ouvimos a promessa divina, como Paulo outrora: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Consolados e fortalecidos, mesmo com o corpo abatido e marcado pela dor, passamos a ser agentes de consolação, de paz e esperança no hospital. Chego à conclusão de que um verdadeiro cristão, doente e internado num hospital, acaba se tornando ali uma bênção para profissionais da saúde e companheiros de sofrimento ou tratamento.

7. Quando adoecemos, verificamos a bondade de Deus ao prover multiplicidade de dons, talentos e aptidões humanas no hospital, clínica ou pronto socorro em que nos encontramos. Juntos, cada qual com seu conhecimento, sua técnica, seus instrumentos, a cuidar de nós. Como nos sentimos importantes e também descobrimos quão importantes são todos esses profissionais da saúde que atuam como integrantes de uma grande orquestra, a abençoar e celebrar a vida! Nossa doença, complexa ou simples, permite o ensaio ou execução de todas as técnicas e formas de cuidado humano em relação às enfermidades humanas. Esse ensaio ou execução se tornam tanto mais eficazes quanto mais motivados movidos pelo amor à arte de cuidar e principalmente às pessoas.

8. Quando adoecemos, baixamos "nossa guarda", como numa luta de boxe quando o lutador se sente extenuado e prestes a entregar os pontos. Gente que se diz atéia, agnóstica, inimiga de Deus, hostil aos crentes, mostra-se muito mais acessível, carente e pronta a pedir orações aos que dela se acercam.Estou persuadido de que dos hospitais e centros de saúde costumam sair mais pessoas reconciliadas com Deus, prontas para viver feliz ou morrer em paz, do que dos próprios templos religiosos. A doença nos apequena, quebranta e oferece oportunidade à graça consoladora do Evangelho!

9. Quando adoecemos, e levados para pronto socorro, hospital ou clínica especializada, descobrimos que existem outras pessoas com problemas iguais ou maiores do que os nossos. Com elas conversando, somos animados ou animamos, recebemos alento ou alentamos, sorrimos ou choramos. Descobrimos que somos gente como toda gente! E ao comparar com o nosso os fardos de enfermidade dos outros, muita vez ficamos agradecidos, porque o nosso é muito menor; ou, então, comovidos e prontos a interceder, porque o de nosso irmão é bem maior!

10. Quando adoecemos, descobrimos as dimensões das mãos de Deus, através das mãos humanas. Em verdade, nos damos conta de que as mãos hábeis e generosas de homens e mulheres, profissionais da medicina ou simples auxiliares que nos servem um pequeno lanche, um copo d'água ou limpam nosso quarto ou nosso leito, constituem extensão das mãos de Deus. Olhando bem, essas pessoas constituem anjos a rodear-nos e a mediar a bênção, a paz, a saúde ou a esperança com que sonhamos!

Repito com Ezequias, depois de várias experiências de adoecer e ser hospitalizado, e submeter-me a sérias intervenções cirúrgicas: "Senhor, por tais coisas os homens vivem, e por elas também vive o meu espírito.Tu me restauraste a saúde e me deixaste viver. Foi para meu benefício que eu tanto sofri..."

Pr Irland Pereira de Azevedo (irlandpereiradeazevedo.blogspot.com)

Síndrome de Adão à Lei de Gérson

Desculpem-me os psicólogos não cristãos, mas acredito que o relato Bíblico acerca da origem do homem, incluindo a questão relacionada ao pecado original, conforme o que está contido no Livro de Gênesis, seja a chave que desvenda as dificuldades existentes nas relações interpessoais, que pôs o homem em desarmonia com o seu próximo, situação que perdura até os dias de hoje.

Ainda antes de sair do Éden, mas já depois do pecado ter entrado no cenário humano, o primeiro casal passou a vivenciar algumas "Síndromes" comportamentais. A primeira delas, chamada de "Síndrome de Adão", foi originada a partir da transferência de responsabilidade, visto que nenhum dos cônjuges desejou assumir a sua parcela de responsabilidade no pecado original, criando aquele conhecido jogo do empurra-empurra de ofensas e culpas.

Quando indagado pelo Senhor, o homem respondeu: "A mulher que me deste por companheira deu-me a árvore, e eu comi. Perguntou o Senhor Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente enganou-me, e eu comi. Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida".

Do relato Bíblico, constata-se que, estranhamente, apenas a serpente não buscou se auto-justificar, sendo o seu silêncio o próprio reconhecimento da sua parcela de culpa em todo este episódio que trouxe terríveis conseqüências para a raça humana, o que levou Jesus vir ao mundo para morrer numa cruz para salvar os que se converterem ao Evangelho da graça de Deus.

O comportamento humano dos dias atuais parece incorporar mais intensamente uma outra "Síndrome", que também pode ser chamada de "Lei de Gérson", que tipifica a pessoa que "gosta de levar vantagem em tudo", no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem levar em consideração o aspecto ético.

A expressão originou-se em uma propaganda, de 1976, para os cigarros Vila Rica, na qual o meia armador Gérson da Seleção Brasileira de Futebol era o protagonista.

Anos depois, o jogador anunciou o arrependimento por ter associado a sua imagem à campanha publicitária, visto que qualquer comportamento pouco ético foi sendo aliado ao seu nome nas expressões "Síndrome de Gérson" ou "Lei de Gérson".

Estas palavras devem nos fazer refletir sobre a nossa conduta diante dos homens. O chamado do Evangelho é para que soframos como bons soldados de Cristo, pois devemos dar bom exemplo em tudo, sem jamais banalizar a gratuidade da salvação mediante a fé em Cristo.

Não é com a nossa própria capacidade que podemos dar bom testemunho diante dos homens, pois só a graça do Senhor nos capacita para sermos sal e luz neste mundo de trevas, que tenta nos oferecer escapes pecaminosos visando soluções instantâneas para as nossas necessidades materiais e/ou sentimentais.

Alguém já disse que "o diabo gosta de bater na porta da necessidade".

Portanto, muito cuidado!

Busque a Deus, para que o Senhor esteja em seu coração quando o inimigo tocar a campainha. Só assim, o inimigo das nossas almas baterá em retirada envergonhado, pois escutará de Deus: "Quem agora mora aqui Sou Eu, O Senhor ".

De que síndrome você sofre?

Só Jesus (seja você Adão ou Gérson) pode ajudá-lo!

Fonte: Ultimato

quinta-feira, 20 de março de 2008

Fragmentos datados de 50 dC provam legitimidade dos evangelhos

Achados desmoronam argumentos de teólogos liberais que tentam desacreditar os relatos da vida de Jesus nas Sagradas Escrituras.

Novas descobertas de manuscritos do Novo derrubaram definitivamente as críticas dos teólogos liberais à fidedignidade dos quatro Evangelhos. Esses novos documentos chegaram em boa hora, uma vez que o movimento de desconstrução da Jesus da Bíblia, apresentando-o como uma imagem forjada do verdadeiro Jesus, havia ressurgido com força total nos últimos anos.

Obras como a do acadêmico Bart Ehrman, um dos maiores especialistas do Novo Testamento e originais neotestamentários do mundo, têm tentado afirmar que o Jesus histórico seria bem diferente do Jesus da Bíblia, pois, segundo ele, os Evangelhos teriam sofrido, com o passar dos séculos, muitas alterações deliberadas por parte dos copistas. A tese de Ehrman (que não tem nada de nova, mas ressurgiu incorporada com novos argumentos) acabou ganhando peso também devido ao facto de ele antes ter sido um ardoroso evangélico. Hoje é um teólogo liberal convicto. Só para se ter uma idéia, o seu livro "O que Jesus disse? O que Jesus não disse?" , lançado em 2006 tanto nos EUA como no Brasil, tornou-se rapidamente best seller. Foi o livro mais vendido no início do ano passado nos EUA, com mais de 1 milhão de exemplares.

Nos séculos XVIII e XIX, foram muitas as críticas à fidedignidade do texto sagrado. Em resposta, muitos estudiosos da Bíblia escreveram obras de peso para rebater os ataques e o movimento esfriou. A descoberta dos rolos do Mar Morto em 1947 praticamente sepultou as discussões sobre a fidedignidade do Antigo Testamento. Mas, nos últimos anos, a onda de críticas à legitimidade do texto do Novo Testamento (no caso em especial, os Evangelhos) voltou com força total. A idéia é tentar desacreditar o Jesus da Bíblia.

O documento de Oxford

O primeiro documento que derruba de vez a argumentação liberal trata-se de fragmentos de papiro que hoje pertencem ao Magdalen College (Faculdade de Madalena), na Universidade de Oxford, na Inglaterra. São, ao todo, três fragmentos. O maior deles mede 4,1 cm por 1,3 cm. O texto traz trechos do capítulo 26 de Mateus e está registrado na frente e no verso dos três fragmentos. Mesmo sendo muito pequeno, os fragmentos trazem conteúdo suficiente para não deixar dúvidas que se trata da passagem de Jesus na casa de Simão, o leproso, em Betânia (Mt. 26: 6-13), e da traição de Judas (Mt. 26: 14-16).

O anúncio da descoberta foi feito pelo jornal britânico The Times, na sua primeira página, na edição de 24 de Dezembro de 1994: "Um papiro que acredita-se que seja o mais antigo fragmento existente no Novo Testamento foi encontrado na biblioteca de Oxford. Ele fornece a primeira prova material de que o Evangelho segundo Mateus é um relato de testemunha ocular, escrito por contemporâneos de Cristo". A reportagem apoiava-se no trabalho de um respeitado estudioso alemão, o paleógrafo e papirólogo Carsten Peter Thiede, de 57 anos, que é director do Instituto de Pesquisa Epistemológica de Padeborn, Alemanha.

A revista Terra Santa, de Jerusalém, também publicou um artigo sobre a descoberta, intitulado Mateus, testemunha ocular (edição de Setembro/Outubro de 1996). O título é homônimo de um livro de Thiede. No seu livro, ele afirma que as suas pesquisas apontam para a datação dos fragmentos do Evangelho de Mateus como sendo antes dos anos 60dC, provavelmente 50dC. Isto é, menos de 30 anos depois da morte de Jesus, quando as suas testemunhas oculares ainda estavam vivas.

O papiro estava na Biblioteca do Magdalen College desde o início dos anos 50, e havia recebido em 1953 uma datação errada, situando-o no fim do segundo século dC. Por isso, não despertava atenção. Porém, os novos estudos de Thiede mostraram que o papiro era de 50dC.

Observando-os melhor, o especialista constatou que eles possuíam uma escrita que não era de uma data tardia (início do século II, como se presumia anteriormente), mas deveriam ter sido escritos no ano 50dc. Como se trata de uma cópia do Evangelho de Mateus, isso significa que o original de Mateus era anterior a essa data, portanto escrito enquanto as testemunhas oculares de Jesus ainda eram vivas (pouco mais de dez anos depois da sua ressurreição). E como a cópia em mãos era muito antiga, as testemunhas ainda estariam vivas, quando esta começou a circular, podendo questionar o seu conteúdo caso estivesse equivocado.

Depois disso e com base em pesquisas semelhantes, outros erros em papiros do Novo Testamento foram encontrados. Estes passaram a receber novas datas. O papiro chamado P46, por exemplo, antes datado de 200dC, já é admitido como sendo de 85dC. O papiro P66, de 200dC, sabe-se hoje que é de 125dC. O P32, antes tido como de 200dC, é, na verdade, de 175dC. O P45, antes visto como do terceiro século ou início do terceiro, é de 150dC. O P87, identificado antes como sendo do terceiro século, é na verdade de 125dC. O P90, apontado como do final do segundo século, é de 150dC.

Apesar dessa descoberta ser importantíssima, 13 anos depois ela ainda é omitida pelos teólogos liberais nos seus textos de combate à legitimidade dos Evangelhos. Por isso, eruditos afirmam que muitos dos livros de hoje que se dizem em busca do Jesus histórico na verdade nos revelam mais sobre os seus pesquisadores do que sobre Jesus mesmo. Os Evangelhos acabam sendo cada vez mais admitidos como legítimos relatos sobre Jesus, e toda a tentativa de desacreditar esse facto nada mais é do que estudiosos preconceituosos em relação aos milagres tentando fugir da verdade, não enfrentando os factos.

O documento 7Q5: Deus fala aos cépticos

O 7Q5 foi outro documento importantíssimo que também fez notícia em meados dos anos 90. Por quê esse nome? Porque ele foi o quinto fragmento encontrado na caverna 7 do sítio arqueológico de Qumran, onde foram descobertos os Manuscritos do Mar Morto. Há 50 anos, ele foi datado por paleografia como sendo de 50dC.

A descoberta desse manuscrito como sendo do Novo Testamento foi feita por acaso, por um estudioso católico romano, o jesuíta espanhol José O'Callaghan, da Universidade de Barcelona.

Em 1955, foi descoberta uma gruta em Qumran com características especiais: a caverna 7. Todas as grutas até então encontradas continham material escrito em hebraico e/ou aramaico. Porém, a gruta 7 continha fragmentos e jarros com escrita em grego. No momento dessa descoberta, não se percebeu o seu valor. Na época, o especialista C. H. Roberts, sem saber que um desses fragmentos era um trecho do Evangelho de Marcos, datou alguns desses fragmentos como sendo muito antigos do ano 50dC. Entre eles, o fragmento 7Q5.

Nos anos 90, o jesuíta José O'Callaghan estava tentando descobrir o livro do Antigo Testamento ou da literatura judaica ao qual o fragmento pertencia, mas não conseguia identificar nenhuma parte dessa literatura. Foi então que, só por curiosidade, verificou se havia aquela sequência de letra do Novo Testamento e, para sua surpresa, descobriu que o fragmento era exacta e literalmente o texto de Marcos 6:52-53. O detalhe é que o que está escrito no versículo 52 parece Deus falando aos cépticos de hoje, denunciando a razão pela qual tentam desacreditar a legitimidade dos Evangelhos - a descrença nos milagres neles relatados: "Pois não tinham compreendido o milagre dos pães; antes o seu coração estava endurecido", Mc. 6:52.

Impressionado com a descoberta, ele contou ao especialista Ignace de la Potterie, que o aconselhou a fazer testes no computador para que não houvesse dúvidas quanto à identificação. Foi então que, usando o programa Ibycus, que traz na sua memória toda a literatura greco-romana conhecida de todos os textos já descobertos da Antiguidade, descobriu que a única identificação que o programa acusava era a passagem do Evangelho de Marcos. Essa passagem não era nem citada em alguma obra grega conhecida. Não havia dúvida quanto à identificação: era um fragmento de Marcos 6 datado de 50dC.

Detalhe: alguns estudiosos mais cépticos questionam a datação dos três fragmentos de Oxford feita por Thiede, preferindo a datação anterior, feita precipitadamente e desprezando algumas nuances importantíssimas do texto dos fragmentos. Mas a datação do documento 7Q5 é considerada inquestionável mesmo para os mais cépticos, o que os deixou absolutamente desarmados.

Com essa descoberta, está provado que o Evangelho de Marcos, do qual o documento 7Q5 é apenas uma cópia, foi escrito por volta do ano 40dC, dez anos depois da ressurreição de Jesus.

Outros manuscritos antigos

A fidedignidade dos Evangelhos é prova incontestável da historicidade de Cristo. O texto do Novo Testamento que temos em mãos hoje é considerado pelos especialistas fidedigno porque os manuscritos neotestamentários existentes nos nossos dias são cópias muito antigas, próximas dos manuscritos originais.

Por exemplo, o manuscrito denominado Papiro II de Chesser Beatty (nome do proprietário), contendo quase a totalidade das epístolas do apóstolo Paulo (que menciona Jesus várias vezes) e Hebreus datam do fim do primeiro século, portanto 20 ou 30 anos após a morte de Paulo. É, a título de comparação cronológica, como se tivéssemos em mãos edições de 2005 de obras lançadas em 1975 ou 1985, que falam da vida de Getúlio Vargas!

Há ainda um pedaço de papiro contendo um fragmento do Evangelho de João em grego, proveniente do Egipto e conhecido como Papiro de John Rylands. Ele data de 110 a 125dC, de 10 a 35 anos após a morte do apóstolo João, discípulo de Jesus. Outros manuscritos de destaque são os Papiros de Bodmer, contendo quase todo o Evangelho de João datado de 175dC e porções de Lucas 3 a João 15 datadas de 200dC.

Actualmente, há mais de 6 mil cópias de manuscritos gregos do Novo Testamento ou de porções neotestamentárias, indo do primeiro ao nono século. A maioria é do terceiro, quarto e quinto séculos. Isso é impressionante, uma vez que nenhuma outra obra da literatura grega pode ostentar uma abundância tão grande de provas.

"A Ilíada de Homero, a maior de todas as obras gregas clássicas, é subsistente em cerca de 650 manuscritos; e as tragédia de Eurípides existem em aproximadamente 330 manuscritos. O número de cópias de todas as outras obras da literatura grega é bem menor. Além disso, deve-se acrescentar que o espaço de tempo entre a composição original e o manuscrito subsistente mais próximo é muito menor para o Novo Testamento do que para qualquer obra da literatura grega. O lapso de tempo para a maioria das obras clássicas gregas fica entre 800 e 1000 anos, enquanto que o intervalo para muitos dos livros do Novo Testamento é de cerca de 100 anos", frisa o teólogo norte-americano Philip Wesley Comfort (The Origin of the Bible).

Passam séculos e a Palavra do Senhor permanece a mesma, porque o Senhor da Palavra prometeu: "Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar", Lc. 21:33.

(compilado)

www.pilb.blogspot.com

 

sábado, 15 de março de 2008

Aceitar a Jesus?!

Nosso relacionamento com Cristo é uma questão de vida ou morte. O homem que conhece a Bíblia sabe que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores e que os homens são salvos apenas por Ele, sem qualquer influência por parte de quaisquer obras praticadas.

"O que devo fazer para ser salvo?", devemos aprender a resposta correta. Falhar neste ponto não envolve apenas arriscar nossas almas, mas garantir a saída eterna da face de Deus.

Os cristãos "evangelicais" fornecem três respostas a esta pergunta ansiosa: "Creia no Senhor Jesus Cristo", "Receba Cristo como seu Salvador pessoal" e "Aceite Cristo". Duas delas são extraídas quase literalmente das Escrituras (At 16:31; João 1:12), enquanto a terceira é uma espécie de paráfrase, resumindo as outras duas. Não se trata então de três, mas de uma só.

Por sermos espiritualmente preguiçosos, tendemos a gravitar na direção mais fácil a fim de esclarecer nossas questões religiosas, tanto para nós mesmos como para outros; assim sendo, a fórmula "Aceite Cristo" tornou-se uma panacéia de aplicação universal, e acredito que tem sido fatal para muitos. Embora um penitente ocasional responsável possa encontrar nela toda a instrução que precisa para ter um contato vivo com Cristo, temo que muitos façam uso dela como um atalho para a Terra Prometida, apenas para descobrir que ela os levou em vez disso a "uma terra de escuridão, tão negra quanto as próprias trevas; e da sombra da morte, sem qualquer ordem, e onde a luz é como a treva".

A dificuldade está em que a atitude "Aceite Cristo" está provavelmente errada. Ela mostra Cristo suplicando a nós, em lugar de nós a Ele. Ela faz com que Ele fique de pé, com o chapéu na mão, aguardando o nosso veredicto a respeito dEle, em vez de nos ajoelharmos com os corações contritos esperando que Ele nos julgue. Ela pode até permitir que aceitemos Cristo mediante um impulso mental ou emocional, sem qualquer dor, sem prejuízo de nosso ego e nenhuma inconveniência ao nosso estilo de vida normal.

Para esta maneira ineficaz de tratar de um assunto vital, podemos imaginar alguns paralelos; como se, por exemplo, Israel tivesse "aceito" no Egito o sangue da Páscoa, mas continuasse vivendo em cativeiro, ou o filho pródigo "aceitasse" o perdão do pai e continuasse entre os porcos no país distante. Não fica claro que se aceitar Cristo deve significar algo? É preciso que haja uma ação moral em harmonia com essa atitude!

Ao permitir que a expressão "Aceite Cristo" represente um esforço sincero para dizer em poucas palavras o que não poderia ser dito tão bem de outra forma, vejamos então o que queremos ou devemos indicar ao fazer uso dessa frase.

"Aceitar Cristo" é dar ensejo a uma ligeira ligação com a Pessoa de nosso Senhor Jesus, absolutamente única na experiência humana. Essa ligação é intelectual, volitiva e emocional. O crente acha-se intelectualmente convencido de que Jesus é tanto Senhor como Cristo; ele decidiu segui-lo a qualquer custo e seu coração logo está gozando da singular doçura de Sua companhia.

Esta ligação é total, no sentido de que aceita alegremente Cristo por tudo que Ele é.

Não existe qualquer divisão covarde de posições, reconhecendo-o como Salvador hoje, e aguardando até amanhã para decidir quanto à Sua soberania.

O verdadeiro crente confessa Cristo como o seu Tudo em todos sem reservas. Ele inclui tudo de si mesmo, sem que qualquer parte de seu ser fique insensível diante da transação revolucionária.

Além disso, sua ligação com Cristo é toda-exclusiva. O Senhor torna-se para ele a atração única e exclusiva para sempre, e não apenas um entre vários interesses rivais. Ele segue a órbita de Cristo como a Terra a do Sol, mantido em servidão pelo magnetismo do Seu afeto, extraindo dEle toda a sua vida, luz e calor. Nesta feliz condição são-lhe concedidos novos interesses, mas todos eles determinados pela sua relação com o Senhor.

O fato de aceitarmos Cristo desta maneira todo-inclusiva e todo-exclusiva é um imperativo divino. A fé salta para Deus neste ponto mediante a Pessoa e a obra de Cristo, mas jamais separa a obra da Pessoa. Ele crê no Senhor Jesus Cristo, o Cristo abrangente, sem modificação ou reserva, e recebe e goza assim tudo o que Ele fez na Sua obra de redenção, tudo o que está fazendo agora no céu a favor dos seus, e tudo o que opera neles e através deles.

Aceitar Cristo é conhecer o significado das palavras: "pois, segundo ele é, nós somos neste mundo" (1 João 4:17). Nós aceitamos os amigos dEle como nossos, Seus inimigos como inimigos nossos, Sua cruz como a nossa cruz, Sua vida como a nossa vida e Seu futuro como o nosso.

Se é isto que queremos dizer quando aconselhamos alguém a aceitar a Cristo, será melhor explicar isso a ele, pois é possível que se envolva em profundas dificuldades espirituais caso não explanarmos o assunto.

A. W. Tozer

segunda-feira, 10 de março de 2008

O perigo de pensar

Tenho hoje o prazer de falar por uma hora três dias na semana para uma audiência invisível. Eu explico. Falar em um programa de rádio provoca esta sensação. Acostumado com os olhares atentos, nem de todos eu confesso, e as expressões de aceitação ou não do que comunico na igreja onde eu sou pastor há nove anos, é muito diferente estar em um estúdio pequeno diante apenas de um microfone. Do outro lado, no entanto, um bom número de ouvintes tornam-se meus interlocutores.

Minha surpresa repousa no fato de que meus silenciosos ouvintes se tornam extremamente participativos, para não dizer agitados ou agressivos, quando faço uma reflexão ou respondo a uma pergunta que, ao invés de alimentar uma posição convencional e normalmente confortável, os provoca a pensar e pesar se suas convicções se encontram alinhadas com a palavra de Deus.

Sinto que pensar tem se tornado algo indesejado e desprezado por um número cada vez maior de evangélicos. É mais fácil e cômodo seguir a massa, acompanhar o fluxo, seguir a corrente, fazer sem questionar. Por que o desprezo ao diálogo e à discussão é tão forte em nossos dias nos círculos cristãos? Por que entender que toda dúvida "vem do maligno" quando a própria Palavra nos informa que o conhecimento da verdade nos liberta? Não seria então lógico dizer que o processo de libertação passa inclusive pela dúvida e pelo questionamento? Por que a dúvida e o questionamento tem desembocado em um processo de marginalização, exclusão e ódio?

Mais pasmo ainda eu me sinto quando recordo que no livro de Atos dos Apóstolos, mediante uma pergunta que ia de encontro ao então pensamento religioso predominante, em que houve um derramar profuso e intenso do Espírito de Deus que salvou quase três mil homens (At 3.41). Ou quando lembro da dúvida de um monge, que era também professor da Universidade de Wittenberg (Martinho Lutero, 1483-1546), sobre a teologia, postura e prática da Igreja de Roma, que desencadeou um movimento que mudou o curso da história do Cristianismo. E que os seguidores deste movimento teriam como lema a frase "Ecclesia reformata, semper reformanda": Igreja reformada, sempre reformando.

Percebi então que muitos líderes têm segregado a igreja em uma tentativa de manter seus tronos intocáveis e suas idéias e práticas inquestionáveis. Aliás a melhor técnica de controle é a alienação. Usam frases que causam medo, acusam de rebeldes todos os que ousam perguntar, e logo colocam sob maldição qualquer um que se levante contra o "ungido de Deus". Transformam a Igreja de Jesus, que deveria ser lugar de vida, em um lugar de medo, gerando uma comunidade que não desenvolve e nem aprecia a arte do diálogo.

Onde estaríamos hoje se alguns, que pagaram um preço muito alto, não tivessem desafiado o posicionamento institucional de certos líderes e tivessem desistido de pensar. Galileu Galilei, cientista italiano, que ao vislumbrar pelo seu telescópio que havia luas ao redor de Júpiter questionou o posicionamento Aristotélico da Igreja Romana quanto a centralidade da terra e por isso foi condenado por heresia a uma vida de cárcere doméstico. Ou John Wesley, que questionou a idéia de que o único lugar apropriado para a pregação fosse o púlpito das igrejas. E ainda o Reverendo Martin Luther King, que questionou a posição, inclusive da Igreja, de que a cor da pele deveria separar as pessoas da comunhão e da convivência.

Quando impossibilitamos o pensar e o questionamento em nossas comunidades religiosas, cometemos pelo menos dois erros. Primeiro, ferimos e marginalizamos os que ousam pensar e questionar, pois eles representam uma ameaça ao "status quo" predominante. Segundo, a comunidade perde a possibilidade de renovação e crescimento. O resultado final de um processo de diálogo inteligente, seja pela reconsideração ou reafirmação das idéias, produz crescimento e fortalecimento do grupo.

Portanto aqui vai uma sugestão: estimule o conhecimento e o crescimento intelectual em sua comunidade. Desenvolva um ambiente seguro para que as pessoas possam expressar suas dúvidas. Ouça com atenção e tente compreender seus questionamentos, posicionamentos e idéias. Você não precisa concordar com elas, mas dê espaço para que as pessoas possam se expressar de forma segura e sem retaliação. Retire o medo do coração dos que se sentem amedrontados por simplesmente não entenderem.

Se agirmos assim, estaremos seguindo o modelo do nosso Senhor Jesus Cristo, que não impedia que as pessoas fizessem perguntas difíceis, que não desprezou o duvidoso Tomé ou fez calar a mulher Samaritana que questionava o local da adoração. Se agirmos de outra maneira, corremos o risco de fazer exatamente o que fizeram com um carpinteiro de Nazaré que ousou questionar a postura hipócrita e autoritária da religiosidade do primeiro século.

Manoel Oliveira - pastor Presbiteriano em Framingham, Massachussets, USA.
Fonte: Ultimato

sexta-feira, 7 de março de 2008

O bispo e o aborto

Foi lançado recentemente pela Editora Larousse a biografia de Edir Macedo, com o título "O bispo". Não comprei e nem pretendo comprar tal livro. Mas, visitando uma grande livraria aqui no Rio de Janeiro, onde é permitido ler algumas partes dos livros que estão à venda, li o trecho onde o biógrafo Douglas Tavolaro narra o posicionamento de Edir Macedo sobre o aborto.

Edir Macedo já tinha externado sua posição favorável ao aborto ao ser entrevistado pela revista Época e pelo jornal Folha de São Paulo.

Mas o que mais me chamou a atenção, no tema "aborto", no livro "O bispo" foi o texto citado pelo líder da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus).

Relata o biógrafo que ao ser perguntado sobre o que pensava a respeito do aborto, Edir Macedo teria se levantado da cadeira e alcançado uma Bíblia e citado Eclesiastes 6.3, que diz: "Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, de modo que os dias da sua vida sejam muitos, porém se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele".

Pasmem! Com esse texto, Edir Macedo baseia sua posição favorável ao aborto.

Sempre vi falhas na hermenêutica da IURD, especialmente no que tange as interpretações de textos sagrados que falam de dinheiro e bens materiais. Mas agora, ao citar Eclesiastes 6.3 para defender o aborto, como dizia meu falecido pai, "é o fim da picada".

Apenas para refrescar a memória, hermenêutica, conforme o dicionário on-line, Priberam, "é a arte de interpretar os livros sagrados; interpretação dos textos, dos símbolos; interpretação do sentido das palavras; arte de interpretar as leis".

Alguém precisa dizer a Edir Macedo que um dos fundamentos da hermenêutica é interpretar um texto bíblico sempre à luz do seu contexto e sempre deve ser levado em conta o que a Bíblia, como um todo, trata o assunto.

Só para exemplificar o perigo de interpretar um texto sem levar em conta o contexto, como Edir Macedo fez, podemos até afirmar, pela própria Bíblia, que Deus não existe. Basta ler isoladamente três palavrinhas que aparecem em Salmo 14.1, onde diz "não há Deus".

Alguém precisa dizer a Edir Macedo que Eclesiastes 6.3, numa linguagem alegórica, fala da infelicidade e o destino de um homem que vive a vida sem Deus. Um homem que vive nessas condições é como se não tivesse vindo ao mundo. É disso que o texto trata.

Se você, leitor, encontrar Edir Macedo por aí, diga-lhe que um líder religioso tem uma grande responsabilidade e que suas palavras e escritos pensam muito na vida de milhares de pessoas e que Deus pedirá contas de cada um de nós (Hb 4.13).

Diga-lhe que da próxima vez que pensar em dar alguma opinião sobre o aborto que considere seriamente Jeremias 1.5 e Isaías 49.1, onde mostram que Deus se relaciona com a pessoa ainda no ventre materno. Diga-lhe para considerar também Salmos 139.13-16 onde mostra que Deus é quem dá forma e vida desde o momento da concepção de um ser humano.

Lembra-lhe a passagem bíblica em Lucas 1.41 onde, ainda no ventre de Isabel a criancinha saltou de alegria.

E por último, lembre a Edir Macedo, o texto bíblico que se encontra em Êxodo 20.13, que diz: "não matarás".

Pr. Gilson Bifano - www.clickfamilia.org.br

A Bíblia só foi traduzida para 2.426 das 7 mil existentes línguas faladas no mundo.
Precisamos nos apaixonar novamente pelas Sagradas Escrituras!

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