quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Carnaval: Isso não é para quem é cidadão do Céu

Mais uma vez o Brasil se prepara para o Carnaval e reafirma a entrega do mundo ao maligno e afronta o único e verdadeiro Deus. A festa mais popular do Brasil, o Carnaval, originalmente, era festa popular oriunda de ritos e costumes pagãos.

Caracteriza-se pela alegria falsa e pela eliminação da repressão e da censura, da liberdade de atitudes eróticas. Como espelho de uma sociedade decadente e dominada pelo misticismo, tornou-se uma festa religiosa onde os sambas enredo, na maioria, glorificam os deuses pagãos, entidades e orixás. Todo o desejo da carne se torna lícito, toda repressão e censura devem desaparecer.

Veja o que a Bíblia diz sobre quem e o que devemos imitar: "Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores" (1Co 4.16); "Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo" (1Co 11.1); "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados" (Ef 5.1); "Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam" (Fp 3.17); "E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo" (1Ts 1.6); "Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que, na Judéia, estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles" (1Ts 2.14); "Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas" (Hb 6.12).

O caminho do cristão é inverso: ao encontrar com Cristo quem se converte ao Senhor passa pela experiência do arrependimento e começa a viver uma vida de alegria que não se resume a quatro dias.

Amado, fique com a certeza de que Jesus veio ao mundo para destruir as obras do Diabo (1Jo 3.8).

José Ricardo Pimentel
Pastor da PIB Nova Jerusalém, Rio de Janeiro (RJ)

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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Arremedos de Cristianismo

Sinceramente, tenho andado mais do que preocupado com o que as pessoas que se dizem cristãs têm chamado de cristianismo. Não porque eu tenha dúvidas quanto à veracidade das Escrituras ou sobre a divindade de Jesus Cristo, muito pelo contrário, é justamente por causa disso. Não me acho o único intérprete correto da Bíblia, não sou Ph. D, não sou superdotado, não sou ultra capacitado, sou apenas uma pessoa que lê a Palavra de Deus, a ama, medita nela, lê jornal, lê livros variados e vê televisão. Por causa disso é que eu me acho um pouco competente para questionar as coisas que tenho visto e ouvido como sendo de fundo cristão e bíblico e na verdade nada têm de cristãs, antes são de fundo gnóstico, maniqueísta e produto da religiosidade popular (para não dizer superstições).

Sou cristão evangélico há muitos anos, pastor e com freqüência tenho de realizar estudos bíblicos em minha congregação e cada vez que abro a Bíblia para lê-la e fazer pesquisas sobre os assuntos que irei explanar, começo a me perguntar sobre a validade de como temos interpretado a Palavra.

Uma coisa que me intriga muito e já é para mim um ponto de nevralgia para a fé cristã: Jesus veio até nós, Palavra de Deus Encarnada e nos ensina o amor, a humildade, a fraternidade, seu caráter, a Si mesmo como Porta e Caminho, a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Não prega doutrina, a não ser, a Si mesmo. Não prega emaranhados conceitos teológicos ou costumes desnecessários como, por exemplo, trajes, sapatos, horários, aparências, etc. Prega somente o amor e a renúncia ao cosmos em detrimento de si mesmo e em favor d'Ele. Depois de Jesus, os apóstolos e discípulos começam a "compartilhar o pão" e a "perseverar na Palavra", em orações e comunhão. Ainda não cheguei ao que o cristianismo atual pratica.

Paulo, grande apóstolo dos gentios, começa seu ministério pregando Jesus Cristo, não prega Jesus de Nazaré. Em nenhum momento ele fala do Jesus anterior a experiência pascal. Sua doutrina é a Graça revelada por Deus Pai através de Jesus, para Sua honra e glória. Não é mais o amor, não é mais a fraternidade, não é mais o "deixar pai e mãe pó amor de Mim", mas, é a graça salvadora, demonstrada aos santos em Cristo antes da fundação dos tempos. Não é mais a Lei! Não é mais o jugo! É Cristo ressuscitado, poder de Deus. Ele é o sistematizador da graça. Onde ele aprendeu isso? Certamente por revelações do Senhor, mas, não sabemos como e aceitamos os seus autorizados escritos como inspirados por Deus (eu também não tenho dúvida disso).

Cerca de 400 anos após Paulo, aparece em Milão um jovem advogado, intelectual, maniqueísta, ou seja, pertenceu durante muito tempo a uma seita chamada Maniqueísmo, na qual se aceitava o dualismo gnóstico, onde se cria no antagonismo das forças do cosmos e para a qual o corpo era ruim e a alma era boa e perfeita. Ele se apodera de Paulo e de sua experiência pessoal, tempera isto com uma forte dose de Platão e Mani, criando um cristianismo onde o mal e o sofrimento quase são necessários para através deles se mortificar a carne para que o espiritual se sobreponha ao material. Mundo das Idéias versus Mundo Real. Eu não presto (muito embora Deus tenha criado o homem e visto que "era muito bom") e meu espírito se volta para o Criador, contrariando a fé ortodoxa firmada e decretada em Nicéia no ano de 325 e em Constantinopla em 451, que confessam crer na "ressurreição da carne". Ora! Se a carne é má, porque então haverá a ressurreição dela? Contraditório não?

Entramos nessa mesma época em uma era que é chamada de Patristica, onde aparecem os chamados "santos do deserto": Antonio, Pacômio, Simeão Estilita etc. Viviam em jejuns prolongados, sobre colunas que eles mesmos construíam (Simeão viveu 30 anos no alto de uma coluna e eram reputados por "santos homens de Deus que renunciaram o mundo para viverem em santidade"). Não vejo marcas nisso do que Jesus nos disse nos Evangelhos.

Entramos na Idade Média, com a Igreja inquisidora, indulgente, simoníaca, juíza e legisladora. Sobrecarregam as pessoas de impostos e terror. Pensar é punido com morte e excomunhão. Fogo do inferno e tortura. Jugo eclesiástico. Nobreza eclesiástica. Poder de vida e morte. Riqueza e opulência. Institucionalização e mercantilismo. Ainda bem que Deus não se deixa escarnecer e nascem homens como Valdo, Wycliff, Tindale, Huss, Francisco de Assis, Savonarola e anônimos. Graças a Deus!

E hoje, que cristianismo estamos vivendo? Vivemos uma época em que se multiplicam as doutrinas. O amor cedeu lugar às estruturas. O compartilhar virou mando. Os líderes se preocupam em emaranhar as pessoas com fardos que não carregam. Não se pode interpretar a Bíblia de acordo com a consciência porque ainda existe o múnus da denominação saber o que é certo ou errado (mesmo nas "democráticas"). Liberdade não existe. "Santos" de plantão estão sempre prontos a bombardear as pessoas que não se enquadram nos estereótipos de crentes e se oferecem aos demais como padrões de santidade a serem seguidos, como, por exemplo, roupas, costumes, cortes de cabelo, ativismo religioso, etc. Misturamos os eremitas do deserto com o dualismo agostiniano e esquecemos da graça de Cristo e da vida de Jesus de Nazaré. Razão? Essa está fora. Vade retro! O que interessa são as experiências, quase sempre alheias e os arrepios, os "encontros" as visões. Estruturas e doutrinas têm sido consideradas em pé de igualdade. Ministérios extintos são redivivos a força. Estamos vivendo um evangelho do ano 400 carregado de inovações teológicas de confissão positiva védica e mantras cantados ou falados. Ou então vivemos um evangelho de vitória constante, carregado de triunfalismo herético e eugênico, onde somente que faz parte de tal igreja é vencedor ou "filho do Rei". Cadê a vida humilde de Jesus? Cadê a graça salvadora de Paulo? Onde está a fé revelada nas Escrituras? Não interessa, não é mesmo? O que vale é o evangelho-da-barriga-cheia e o evangelho-cotonete, aquele que se quer quando se sente coceira nos ouvidos.

Não é assim que a mensagem da Palavra de Deus deve ser apresentada. Fora os arremedos de cristianismo. Fora os legalistas e fariseus de plantão. Fora os arrepios e tremeliques, arcas e shofares. Fora os tradicionalistas engessados e as lideranças que somente olham para seu próprio estômago. Fora os ascetas que valorizam mais o jejum do que o coração contrito, mais a aparência do que a vida, mais o ter do que o ser. Mais o andar de jatinhos e em diretorias de convenções fazendo dança-das-cadeiras do que fazer missões em sua própria comunidade ou família. Fora os que se dizem exemplos (se este texto fizer você pensar isso de mim, fora eu também, rsrsrsrs). Fora maniqueístas eremitas, sofrimentos e mortificações! Não sou shadu indiano ou sertanejo penitente! Não necessito me banhar nas águas de lugar nenhum e de estrutura nenhuma para ser salvo, só no sangue do Cordeiro. Isso me basta. Jesus sim! Graça sim! Bíblia sim! Igreja de Cristo sim! A vida com Deus em Cristo começa aqui, na carne e não no "celeste porvir".

Liberdade e graça já! Sola Gratia! Sola Fide! Sola Scriptura! Solus Christus!

Pr Gilmar de Araújo Duarte
Ministro de Educação Cristã
1ª Igreja Batista em Brás de Pina, Rio de Janeiro, RJ.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Hoje não, amanhã

"Falou Moisés a Faraó: digna-te dizer-me quando É que hei de rogar por ti, pelos teus oficiais e pelo teu povo, Para que as rãs sejam retiradas de ti e das tuas casas... Ele respondeu: Amanhã." (Ex 8.9-10)

Faraó e seu povo já haviam sofrido a primeira praga, quando a água foi transformada em sangue, contaminando a água com peixes mortos, mas seu coração continuava obstinado em não deixar o povo hebreu ir. Agora a situação era pior: uma grande quantidade de rãs fervilhou dos rios e saltaram deles, invadindo casas, entrando nos quartos, subindo nos leitos, nos fornos e panelas. Era uma invasão asquerosa aos olhos dos egípcios, que já não podiam comer sem que um batráquio lhe saltasse sobre os pratos, já não podiam ter uma noite tranqüila sem que um réptil de pele fria se escondesse debaixo das cobertas.

O Faraó, acossado, finalmente cedeu e manda chamar Moisés: "Rogue ao seu Deus que afaste as rãs de mim e do meu povo". - E quando eu devo fazer isto, perguntou Moisés? Ele respondeu: "Amanhã!"

Por que razão alguém que está sofrendo um mal, está incomodado, enojado, e poderia livrar-se imediatamente daquilo, jogaria a solução para o dia seguinte?

Espantado com a resposta dele? Não deveria. De certa forma somos assim e vemos isso freqüentemente acontecer. Sentimos dificuldades em decidir sair das situações que nos fazem mal. Relutamos em quebrar os padrões mentais reprováveis. Nosso jogo preferido é o da procrastinação, ou seja, postergar indefinidamente aquilo que precisa ser feito.

Ao repetir por anos a fio vivências indesejáveis o cérebro entra num condicionamento chamado "fixação". E quando a mente está "fixada" ela rejeita qualquer mudança. Quando se está cronicamente preso ao que adoece, o efeito pode ser uma paralisia e a alma perde a motivação para desejar algo novo ou mudar as coisas (James Houston).

Hoje não, amanhã... ainda quero chafurdar-me um pouco mais. Hoje não, amanhã... mudar agora meus paradigmas me acarretará muito trabalho.

Foi para "a liberdade que Cristo nos libertou", mas muitos ainda permanecem presos a dogmas, a religiões que adoentam a alma e às doenças fabricadas no inconsciente. Não creio que são todos que desejam, de fato, livrar-se de suas "doenças". Manter indefinidamente uma situação desconfortável pode ser uma desculpa para não enfrentar aquilo que realmente é essencial para a vida.

Ao invés de buscar a cura, é comum trocar-se um vício da alma por outro. Médicos e psicólogos notaram que pacientes que fizeram a cirurgia bariátrica (redução de estômago), depois de algum tempo "trocaram" o vício de comer por outro: alcoolismo, drogas, sexo ou tabagismo. A causa? Operou-se o estômago, mas não a cabeça.

No mercado da fé ocorre o mesmo fenômeno: os ídolos mudos de gesso foram trocados por ídolos vivos que cantam muito bem. Os sacrifícios outrora oferecidos nas esquinas, agora se transformaram em sacrifícios financeiros. O odor penetrante do incenso usado nos ambientes espiritistas foi substituído pelo cheiro adocicado do óleo "ungido". Em suma: mudou o local de culto, mas a cabeça continua a mesma.

Qual é a característica de uma mente liberta? Não seria justamente a capacidade de transitar livremente por tudo que é humano, e ter interesse tanto pelo sagrado como pelo secular, tanto pelo individual como coletivo, conversar com os idosos, estar bem em grupo, mas também amar a solidão? Desconfio seriamente de quem diz que se alegra com as imagens do céu, mas não sente atraído a brincar com uma criança na Terra. Salomão não compôs apenas uma vasta obra bíblica, mas era também um botânico que discorreu "sobre todas plantas" e um zoólogo que "falou sobre dos animais, aves, répteis e peixes" (1Rs4.33). Tudo para a glória de Deus.

Ser livre é a capacidade que a Graça nos concede para decidir, para permitir-se, para escolher, para dizer "não", para ser eu mesmo e não o que o vício me tornou Talvez a maior necessidade que temos de Cristo hoje é que Ele nos liberte, não de demônios, mas dos vícios da alma - que se tornaram demônios para nós.

Uma advertência: Deus não tira os meus vícios, mas pede que eu desista deles (Dallas Willard). Pois, se eu não quero abrir mão deles, Deus não vai tirá-lo para mim. Não adie para amanhã: o tempo de Deus se chama Hoje.

Pr. Daniel Rocha - Pastor da Igreja Metodista e psicólogo

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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Bíblia Sem Capa

Aparentava ser um livro velho. Mas não era. Dois jovens recém casados o leram durante os primeiros anos de vida conjugal. A Bíblia tinha sido um dos presentes de casamento. Sem orientação e sem formação bíblica eles não sabiam como usá-la. O pai do jovem era radicalmente contra as pessoas que liam a Bíblia. Denominava-a de livro da capa preta. Livro do demônio. Que deixava as pessoas loucas. Fazendo-as mudar de religião. Os padres da época estimulavam a crendice em tais mentiras e a não leitura da Bíblia. Permitir a leitura da Bíblia significava correr o risco de perder alguns participantes da paróquia. A igreja (católica) não admitia tais perdas. Portanto ninguém podia possuir ter em casa ou ler a Bíblia, sem a expressa autorização do pároco local. O que nunca acontecia. "Basta a missa, meu filho, as novenas e as festas dos santos", especialmente são Pedro, padroeiro da localidade. Portanto melhor arrancar a capa da Bíblia, concluíram os dois jovens.

As festas aos santos eram levadas a sério. Mesmo assim alguns paroquianos escolhiam outros "santos" para festejar. A escolha era feita pela simpatia ao nome, não pelo poder do "santo". O mais forte deles era "são João". Festejado no dia 24 de junho. Mas pobre "santo" não conseguia usufruir as alegrias dos festejos. Entrava em sono profundo no dia 22 de junho e só acordava no dia 29 com o foguetório a "são Pedro".

Às crianças era dada a explicação de que, caso o "santo" não dormisse, o mundo acabaria na noite de "são João". Havia, portanto certo temor a "são João". Talvez pela incapacidade de interpretar os seus escritos apocalípticos. Melhor mesmo era ter "santo Antonio" como "santo" predileto. Pelo menos ele garantia um bom casamento aos seus adeptos.

Arrancada a capa da Bíblia, por segurança, após algum tempo, a mesma foi guardada num baú de roupas usadas. Nenhum dos filhos sabia da existência de tal livro na casa. Nas conversas à mesa ou nos saraus após um dia cansativo de trabalho alguns aspectos bíblicos apareciam. O sacrifício dos melhores animais ao Senhor. O dilúvio. A mulher, sem nome, que lavou os pés de Jesus com suas lágrimas de arrependimento. O tenebroso fim do mundo com a besta de sete cabeças, terror das crianças, era usado para impor obediência aos filhos peraltas que com suas traquinices infantis aprontavam na vizinhança. Que medo da besta! Uma besta normal, já fazia medo, pense numa besta com sete cabeças. Quando questionados, os pais apenas respondiam que "está na Bíblia". Se está na Bíblia, é verdade, concluíam os filhos amedrontados. Mas onde estava a tal Bíblia? Havia o desejo de vê-la e o pavor de encontrá-la. Como o pavor suplantava o desejo, a Bíblia continuava no velho baú.

"De mil passará, mas dois mil não chegará", dizia o espírita ao tentar convencer o pré-adolescente que o espiritismo era o melhor caminho para encontrar e agradar a Deus. Nas sessões espíritas era possível falar com os mortos, especialmente os parentes que já haviam morrido há tempo. Desvendar o futuro. Descobrir os mistérios da vida. A idéia de se comunicar com os mortos gerava pavor maior, do que encontrar a besta de sete cabeças e enfrentar o fim do mundo. O espírita insistia "está na Bíblia".

Bem, se "está na Bíblia" concluiu o adolescente inquiridor, o melhor é examinar "in loco". Vencido o temor quanto ao manuseio da Bíblia, o menino começou a ler a Bíblia. Bíblia sem capa. Só o miolo. Afinal todas as Bíblias são iguais. O luxo está na capa. Aprenderia o jovem mais tarde ao trabalhar numa impressora de Bíblia, a Imprensa Bíblica Brasileira. Mas o que vale é o miolo, o conteúdo, não a capa. Capas enfeitam. O miolo edifica. O Espírito Santo trabalhou pacientemente para levar aquele adolescente a Jesus Cristo, como Salvador e Senhor.

A caminhada do Gênesis ao Apocalipse foi longa e penosa. A leitura era feita à noite sob a luz de uma lamparina (fifó dirão os bons mineiros) de querosene. Se estava na Bíblia a data do fim do mundo, ele a encontraria. Ninguém sabia dizer-lhe em que Livro. Qual o capítulo ou qual o versículo registrava tal verdade. Ouvia de todos a mesma informação "está na Bíblia".

Seguindo as pisadas familiares o adolescente escolheu "Aparecida" como sua "santa" predileta. Ela fazia milagres espetaculares, que a mente infantil não conseguia equacionar. Os jovens casais voltavam da lua de mel em Aparecida, e meses depois nascia o primeiro bebê. Só poderia ser milagre mesmo. Pois o segundo, o terceiro e os demais bebês só nasciam após nove meses de gestação. "Milagre", diziam as tias velhas às crianças inquiridoras, tentando explicar o inexplicável. Criança faz cada pergunta!

Ter uma "santa" com tal poder gerava orgulho ao adolescente.

Mas na Bíblia estava escrito a maior de todas as verdades. Ninguém jamais falou que a salvação simples estava narrada na Bíblia. Ao ler I Timóteo 2:5, todas as barreiras e cegueira espiritual deixaram de existir. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens. As palavras desse verso tocaram tão profundamente o coração e a mente do adolescente, que não houve como resistir. Rendeu-se incondicionalmente a Cristo. Em lágrimas O aceitou. Com sofrimento e lutas, começou a segui-Lo. Enfrentou perseguição. Sofreu, mas Deus na sua bondade o fez proclamador das verdades que estão na Bíblia.

Pode ser uma Bíblia sem capa. Pode até faltar algumas folhas. Outras poderão estar rasgadas e amareladas pelo tempo. Mas está na Bíblia, que Deus o ama com especial misericórdia. O Senhor perdoa qualquer pecado e tem prazer em ser benigno. Está na Bíblia que você poderá ser salvo, mediante Jesus Cristo, único mediador entre Deus e os homens. Está na Bíblia que sua alma vale mais do que todas as riquezas do universo. Na Bíblia não está escrito que o mundo não passaria do ano 2000. Mas está escrito que HOJE é o dia da Salvação.

Pr. Julio de Oliveira Sanches

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Realmente descia um anjo no tanque de Betesda?

O Tanque de Betesda, que em hebraico significa "casa de misericórdia", era localizado, segundo Flávio Josefo, em Jerusalém, ao norte do Templo, próximo ao mercado das ovelhas. Em escavações nesta região, no ano de 1888, o professor e arqueólogo, Dr. Conrad Schick, achou um grande tanque com cinco pavilhões (degraus), que levavam a uma parte mais baixa, onde havia água. Em uma de suas paredes havia a pintura de um anjo no ato de movimentar as águas! Segundo o credo e tradição judaica, de tempo em tempo, um anjo descia naquele tanque e movimentava as águas, o primeiro que entrasse no tanque após o movimento, era curado de qualquer enfermidade! Assim se arregimentavam grandes quantidades de pessoas, esperando receber algo através de um ato místico.

O fato relevante aqui é entendermos que o contexto nos mostra dois tipos distintos de multidão que buscam alguma benção de Deus. A multidão do Tanque de Betesda (a turba que gosta de anjos), e a multidão que seguia a Jesus! Aquela multidão que rodeava o Tanque é símbolo das inúmeras pessoas que esperam receber algo de um ritualismo religioso ou místico! O Tanque de Betesda é símbolo do formalismo e misticismo religioso, onde jazem milhões e milhões de pessoas ao redor de um símbolo, aguardando que um dia aconteça alguma coisa que os tire desta situação! Este grupo é levado pela superstição e pelo ritualismo. Ao contrário destes, o grupo que segue a Jesus, é dinâmico, cheio de satisfação e alegria por ver as maravilhas de Deus através do Senhor! Jesus tem que ser o centro e nunca às suas criaturas.

Prof. João Flávio Martinez - CACP

domingo, 1 de fevereiro de 2009

O teu Deus, onde está?

"As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está?" (Salmo 42.3)

Diante da recente tragédia que se abateu sobre inúmeros fiéis que morreram e dezenas que foram hospitalizados no desabamento do telhado de uma igreja, muitas pessoas - evangélicas ou não - têm nos questionado sobre proteção Divina, acidentes, doenças e mortes na vida de um cristão.

Constantemente temos ouvido disparates e opiniões distantes da fé bíblica. Talvez o grande problema seja o desconhecimento da Palavra ("errais não conhecendo as Escrituras") ou pararam a leitura no Antigo Testamento. Mas tenho para comigo que os grandes vilões sejam os pregadores do evangelho que têm martelado diariamente suas fantasias, mas não a Palavra. Trata-se de uma pregação peculiar, irreal, carregada de promessas mirabolantes que Deus nunca fez, e facilidades para a vida que a Bíblia jamais mencionou. Isso tem produzido sofismas que passam por doutrinas cristãs. Por exemplo....

NÃO É VERDADE que não teremos sofrimento na vida! O próprio Jesus, sendo o Filho de Deus, não foi poupado de nada que nós também não viéssemos a sofrer. Ele próprio advertiu que no mundo passaríamos aflições, mas que tão somente crêssemos Nele e na sua vitória final. O Mestre também avisou a Pedro que Satanás o requerera para "peneirá-lo", entretanto Jesus não promete livrá-lo de tal infortúnio, mas diz que oraria, "para que a tua fé não desfaleça" [Lc 22.32]. Este próprio apóstolo, mais tarde escreveria para que não estranhemos o fogo ardente que surge em nosso meio destinado a provar-nos [1Pe 4.12].

NÃO É VERDADE que enfermidade é sinal de pecado, e que o cristão fiel não adoece! Servos fiéis em Cristo podem, em algum momento da vida desenvolver Alzheimer, catarata, depressão, labirintite, câncer, osteoporose ou qualquer outra doença. Neste exato momento há um sem número de cristãos nos hospitais orando humildemente por saúde ou aguardando operação. Companheiros de Paulo, Trófimo ficou doente em Mileto [2Tm 4.20], Epafrodito adoeceu mortalmente chegando às portas da morte por causa da obra [Fp 2.27-30] e Timóteo sofria de freqüentes enfermidades do estômago. Há vidas trágicas com saúde e há vidas abençoadas sem saúde.

NÃO É VERDADE que todos seremos ricos no sentido material! Cristãos sinceros espalhados neste mundo morrerão sem nunca ter abundância de bens. Milhões de cristãos sudaneses, nigerianos ou quenianos sequer possuem sandálias para calçar. Habitantes do Jequitinhonha, bolsão de miséria no Brasil, poderão conhecer a Cristo, mas provavelmente continuarão morando em suas sufocantes taperas sem jamais se refrescarem sob um ar-condicionado. Devemos lutar contra essas terríveis injustiças sociais, mas sempre sabendo que "nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes" [1Tm 6.7-10].

Sinceramente espero que estes últimos acontecimentos que tem se abatido sobre uma parcela do povo evangélico sirva como lição, edificação, e que mudem seus paradigmas. Oxalá, que a partir de agora....

NUNCA MAIS digam que se alguém não é curado, a culpa é da falta de fé. A muitos que Jesus curou não lhes exigiu fé, nem méritos, mas Ele o fez exclusivamente por Sua Graça e misericórdia. Eu creio, mas clamo constantemente como aquele pai: "Senhor, ajuda-me na minha falta de fé" [Mc 9.24].

NUNCA MAIS preguem que as coisas ruins são sempre resultado de maldição. Desde Jó tentaram lhe imputar algum pecado oculto pelo qual estava sofrendo. E ele era justo. Caiu uma torre em Siloé e matou alguns homens. Aos olhos do povo isso poderia indicar que havia algo de errado com eles. Mas Jesus asseverou: "vocês crêem que aqueles dezoito sobre os quais a torre caiu eram mais pecadores do que os demais habitantes de Jerusalém? Em verdade eu digo a vocês não eram. Mas se vocês não se arrependerem, todos igualmente perecerão" [Lc 13.4-5].

NUNCA MAIS afirmem que Deus os pôs por "cabeça e não cauda", tentando justificar proeminência para si. O Reino de Deus é composto em sua maioria por gente humilde, como copeiras, auxiliares, pedreiros, costureiras, gente que nada é aos olhos do mundo. Não há vergonha nenhuma nisto, pois a vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui [Lc 12.15].

PAREM de afirmar que são "filhos do Rei", e por isso estão a salvos das intempéries da vida. Mesmo os filhos do Rei baterão seus carros, torcerão tornozelos, amargarão tempos no hospital e passarão por aperto financeiro.

NUNCA MAIS deturpem textos bíblicos para justificar seus engodos como fizeram com "tudo posso naquele que me fortalece" [Fp 4.13], que foi retirado do seu contexto original para inferir que "posso alcançar tudo o que eu desejo", quando na verdade Paulo está falando de sua tribulação, humilhação, pobreza, abandono, escassez... e que ele podia "suportar todas aqueles coisas Naquele que o fortalecia".

DEIXEM de buscar "cobertura espiritual", designação que tem produzido ídolos cheios de empáfia que não podem ser contraditados. O que vale não é a cobertura, mas o estar sobre a rocha, que é Cristo.

Quando os maus dias chegarem, e um dia eles chegam, com certeza irão nos perguntar: "E o teu Deus, onde está?". Responda que ele também está sofrendo contigo, está ao seu lado enxugando suas lágrimas, e que por um breve momento ainda sofreremos, mas que Ele lhe dá a força e ânimo para continuar vivendo sem medo, sem amargura, sem rancor. E que para nós, o melhor ainda está por vir.

Pr Daniel Rocha - Igreja Metodista

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A Bíblia só foi traduzida para 2.426 das 7 mil existentes línguas faladas no mundo.
Precisamos nos apaixonar novamente pelas Sagradas Escrituras!

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