segunda-feira, 20 de abril de 2009

O nojo de Deus

A Bíblia nos diz que há uma coisa pela qual Deus tem repugnância. Ela fica evidente no texto de Isaías 1.13: "Parem de trazer ofertas inúteis! O incenso de vocês é repugnante para mim... Não consigo suportar suas assembléias cheias de iniquidade". A vida ímpia de Israel não correspondia à intenção da sua adoração. Deus tem nojo da adoração que não tem correspondência com uma vida de santidade dos adoradores.

Numa das igrejas que pastoreei, certa vez foi convidado um famoso conjunto para se apresentar em uma das noites do congresso jovem. Quando subi para o templo a jovem dirigente estava orando. Nos dois últimos bancos estava sentado um grupo de jovens rindo e conversando enquanto o povo orava. "São visitantes não crentes", pensei. Ao final da oração a dirigente chamou o conjunto visitante para se apresentar. Qual não foi o meu espanto quando aqueles jovens, que tanto depreciaram a oração, se levantaram e foram à frente. Tocaram, cantaram, fizeram coreografias e falaram, tudo em alto volume. Ao final do culto um casal da igreja foi a uma pizzaria lanchar. Já estavam acomodados e iam pedir sua pizza quando, para sua surpresa, entraram os jovens do conjunto que acabara de se apresentar no templo. Os jovens sentaram-se e começaram a rir e conversar. Os palavrões fluíam com naturalidade. Em poucos minutos alguns daqueles jovens estavam fumando e os garçons começaram a servir cervejas, vinhos e outras bebidas alcoólicas. O casal se sentiu tão mal que cancelou sua pizza e foi embora. Evidentemente, aqueles jovens não estavam vivendo a vida de espiritualidade e santificação indispensável para que o seu louvor fosse aceito. Eles haviam prestado a Deus uma adoração da qual ele tem nojo.

O pastor que idealiza e preside os atos de culto de uma igreja tem que ser um servo fiel que busca viver de forma santa. Caso o pastor seja desonesto nos seus negócios, infiel com a sua família, adúltero e relapso em seus compromissos, no momento em que ele estiver dirigindo o culto, diz o profeta, Deus terá nojo daquele incenso, pois este ato de adoração não corresponderá à vida do sacerdote que o está queimando.
Caso uma igreja esteja dividida em facções e malquerenças os irmãos passam a semana espalhando intrigas. Já se a igreja está sendo infiel à Palavra de Deus, perdeu a visão espiritual missionária ou se aceita o pecado em seu seio com naturalidade, se os crentes não mostram interesse pelos órfãos, pelas viúvas, pelos pobres e não demonstram amor para com os que sofrem, quando esta igreja se reunir no domingo para um ato de culto pode ter certeza de que Deus terá repugnância deste ato de adoração, como Jesus escreve aos laodicenses: "Assim, porque você és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca" (Apocalipse 3.16).

Porém, além de ser santo e reto, Deus também é misericordioso. A justiça de Deus jamais se dissocia da sua compaixão. Ele se enoja da adoração que não corresponde à vida dos adoradores. Entretanto, ao mesmo tempo ele os convida e desafia a uma mudança interior para que a adoração deles lhe seja agradável: "Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem (...) ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã" (Isaías 1.16-18).

Deus quer ser adorado, pois ele sabe que a adoração nos faz bem e dá-nos paz e forças para viver. Porém, ele não aceita a adoração, seja através de cânticos ou de pregação, que não corresponda à santidade de vida dos adoradores. Deus se enoja de uma adoração hipócrita, mas ouve, acata e justifica a adoração sincera que começa com a confissão do pecado, a busca pelo perdão divino e a santificação para um viver que resulte na adoração que alegra o seu coração. Que adoração estamos prestando ao Senhor? A que lhe agrada ou aquela da qual ele tem nojo?

João Falcão Sobrinho

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Aparente Contradição no Livro de Samuel

Recebi o seguinte pedido de um irmão de São Paulo:

"Graça e Paz, Pastor! Como entender a aparente contradição entre I Samuel 15.35 e 19.24? No aguardo, DEUS lhes abençoe e ilumine!"

Fui examinar detalhadamente os textos e, realmente estava lá a aparente contradição. No primeiro texto é dito que Samuel, depois da escaramuça com Agague, foi para Ramá e Saul para Gibeá e Samuel nunca mais viu Saul. No segundo texto está registrado que Saul, querendo matar Davi, foi a Ramá e lá profetizou diante de Samuel e ficou prostrado durante vinte e quatro horas seguidas.

Mas o que encontramos ali, de fato, é um problema de tradução. No texto onde está registrado que Samuel nunca mais viu Saul está a palavra hebraica ra'ah que significa ver prestando atenção, considerar, contemplar. Diferente de nabat, que significa simplesmente olhar (conforme Gn 19:26) e, também, diferente de panah que significa olhar por todos os ângulos, ver todos os aspectos (conforme Nm 12:10).

No texto de 1Sm 15:35 podemos inferir, pela palavra utilizada, que Samuel nunca mais prestou atenção em Saul, ou que nunca mais o considerou, ou que nunca mais ficou a contemplá-lo como rei ungido de Deus. O significado poderia ser que Samuel desprezou Saul como rei. Tanto que é registrado que apesar disso Samuel tinha pena de Saul.

O texto de 1Sm 19:23,24 não registra que Samuel tivesse olhado para Saul, prestando atenção no que ele fazia, considerando-o como um profeta ou como um rei. Ou seja, ele pode ter despido a sua túnica e profetizado diante de Samuel sem que este tenha prestado atenção nele, ou tenha tido alguma consideração para com ele.

Ben F. Philbeck Jr. em comentário publicado no Comentário Bíblico Broadman diz que a afirmação de que Samuel nunca mais viu a Saul até o dia da sua morte "provavelmente significa que Samuel retirou-se da vida oficial na corte de Saul." (vol. 3, pág. 63)

Pr Dinelcir de Souza Lima

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Salvação

De todas as coisas que a Bíblia nos ensina, a mais importante é, sem dúvida, a obra de Salvação que Deus, por iniciativa própria, iniciou desde o momento em que o homem, por sua vontade, escolheu "ser igual a Deus" (Gênesis 3:5).

A História da Salvação descrita em cada página das Escrituras é a seguinte: "Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a Vida Eterna" (João 3:16).

Ao contrário daquilo que o diabo disse a Eva no Jardim, que ela não haveria de morrer se provasse do fruto (Gênesis 3:4), o que vemos é bem diferente. Como o próprio Jesus disse, apenas aqueles que crêem terão a Vida Eterna.

Cabe a nós, diante dessas coisas, definirmos alguns pontos:

1. Quem são os salvos?

Em João 10, versículos 14 e 26-27, podemos entender melhor quem são os salvos. Jesus diz no versículo 14 que Ele é o Bom Pastor, e que Ele conhece Suas ovelhas, e elas O conhecem. Da mesma forma, nos versículos 26 e 27, lemos que "vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, Eu as conheço e elas me seguem".

Os salvos são todos os cristãos que experimentaram um novo nascimento (João 3) e que reconhecem e seguem a voz de Seu pastor, que é Cristo. Muito mais que atitudes externas como ir à Igreja, cantar cânticos e levantar as mãos ou até mesmo ler a Bíblia, ser salvo significa ser um Cristão verdadeiro, que sabe identificar a voz de Cristo em meio ao complicado mundo em que vivemos.

A necessidade por um novo nascimento se dá pelo fato de sermos pecadores, e toda a nossa natureza está impregnada de pecado. Um Novo Nascimento não significa apenas a renovação de uma determinada parte de nossas vidas, mas sim a renovação de toda a nossa natureza. Quando Jesus diz que devemos nascer "da água e do espírito", Ele diz que a água é o Espírito, e assim, precisamos então da purificação proveniente do Espírito. A metáfora com a água é aplicada, pois, pela nossa natureza atual, além de sujos pelo pecado, somos secos, ressequidos pela falta de vida.

Ser salvo, e, portanto, ser um cristão verdadeiro, é ter nascido de novo, estar comprometido com a causa do Evangelho e com o Reino de Deus, mesmo estando neste mundo. Não devemos nos fechar em uma bolha, mas sim, experimentarmos plenamente a alegria de sermos salvos. Se não fosse assim, Jesus já nos teria tirado do mundo no momento em que deixamos de resistir ao Seu chamado, mas pelo contrário, Jesus, orando ao Pai, pediu que Ele não nos tirasse do mundo, mas que nos guardasse do maligno (João 17:16).

Tendo visto que os salvos são aqueles que reconhecem e seguem voz de Cristo, passemos ao segundo ponto:

2. O que podemos fazer para sermos salvos?

Felizmente, nossa salvação está muito pouco relacionada ao que nós podemos fazer para obtê-la. Na verdade, nada podemos fazer para recebê-la ou merecê-la. O Senhor Deus disse que Ele tem misericórdia de quem Ele quiser (Romanos 9:15), e Ele também disse que não há nenhum justo, ninguém digno de merecer essa misericórdia (Romanos 3:10).

Assim, você pode perguntar: "mas se nada podemos fazer para sermos salvos, como podemos então ficar felizes?" Ao que eu digo: justamente por não podermos fazer nada, podemos perceber quão grande benção é, pela Graça Eterna e Abundante de Deus, recebermos este que é o maior dos dons.

A Palavra de Deus nos diz que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida e que ninguém vai ao Pai, senão por Ele (João 14:6). A Palavra também nos diz que todo aquele que o pai dá a Jesus, esse irá até Ele (João 6:37a) e que ninguém pode ir a Cristo sem que Deus o tenha atraído a Ele (João 6:44).

Nada podemos fazer para sermos salvos, e mesmo assim, milhares de pessoas encontram a salvação em Cristo todos os dias. Como podemos entender tamanha Graça e Misericórdia? Apenas crendo que Deus é Soberano sobre todas as coisas.

Agora que sabemos que nossa salvação é pela Graça, através da fé, e que isso não vem de nós, mas é dom de Deus (Efésios 2:8), passemos adiante.

3. Como saber se sou salvo?

Lemos em Romanos 8:16 que o Espírito de Deus dá certeza ao nosso espírito de que somos filhos de Deus, e é apenas desta forma que temos convicção de nos chegarmos a Deus e sermos não só recebidos, mas também ouvidos.

Não há, nem nunca haverá, algo como uma "perfeição cristã". Uma vida de santidade não significa uma vida perfeita, livre de erros. Dizemos isso pois o que isso gera nos corações pode ser enganoso: de fato, há muitas pessoas que julgam viver uma vida perfeita diante de Deus, mas essa certeza baseia-se apenas em esforços próprios - as obras, e como já vimos em Efésios 2:8, isso não vale de nada. Da mesma forma, há inúmeros cristãos que, desanimados com pecados cometidos, julgam que nunca poderão ser fiéis a Deus, e caem no mesmo erro do primeiro grupo.

A certeza da salvação é algo do Espírito, e não da carne. O que de fato somos? Santos[1] Pecadores, nada além disso. Da mesma forma que um dia confiamos a Cristo as nossas vidas, devemos confiar Nele no que diz respeito à nossa salvação. Tendo ouvido a Sua voz nos chamar um dia, sabemos que ouvimos a voz do Pastor, então somos Dele. O que faremos a partir deste momento, o Espírito nos dirá, e seguiremos como uma folha é levada pela correnteza de um rio, ou seja, sendo levados pela vontade de Deus. Mas uma coisa é necessária: que nunca deixemos de ter certeza de nossa salvação, mesmo em meio às lutas, aflições e tentações.

4. Posso perder minha salvação?

Podemos ter a mais absoluta das certezas ao responder que não, nós nunca iremos perder a nossa salvação em Cristo. Jesus, em João 6:37, diz que toda pessoa que é dada por Deus a Ele de maneira alguma será lançada fora, ou rejeitada. No verso 39, Ele diz que a vontade do pai é que nenhum dos que foram dados a Jesus se perca. Também vemos em Romanos 11:29 que os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. Ou seja: uma vez que Deus os dá, Ele não toma de volta.

Entendemos que há em nosso meio casos de pessoas que, tendo conhecido o Amor de Deus, tornaram a voltar ao mundo, dando as costas ao Senhor. Uns dizem que estes perderam a salvação, mas creio que seria o caso de nos avaliarmos as possibilidades. Primeiro caso: foram eles um dia, de fato, salvos por Cristo Jesus? Ou ainda, um segundo caso: será mesmo irremediável a situação dos desgarrados? Pois se sabemos que Deus é Fiel e a Sua Palavra também é Fiel e verdadeira, haveria Ele de mentir? Seria a Bíblia uma farsa quando diz que nenhum homem haveria de se perder, daqueles que Deus enviou a Cristo?

Entendemos que o que ocorre no primeiro caso é que tais pessoas não tiveram um verdadeiro encontro com Cristo, mas apenas demonstram, externamente, sinais de uma pretensa "conversão". Cabe a nós orarmos por eles, a fim de que possam conhecer, de fato, a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Já no caso dos irmãos desgarrados, creio que devamos também orar, mas certo e confiantes de que Cristo, como o Bom Pastor que é, há de resgatar essas ovelhas e trazê-las de volta ao aprisco, para que uma vez ainda sintam-se guiadas pela forte mão do Senhor.

Que Deus nos abençoe hoje e sempre e a Ele, somente, seja dada toda Glória. Amém.

Eduardo Mano

Dinâmica da Ressurreição

Um túmulo vazio. (Lucas 24: 2-3)

Mulheres cheias de temor. (Lucas 24: 4-5)

Discípulos cheios de dúvidas. (Lucas 24: 11)

Pedro cheio de vigor físico e cheio de perplexidade. (Lucas 24: 12)

Mais dois discípulos vazios de esperança. (Lucas 24: 21)

Porém, o que estava no túmulo apareceu a eles cheio de vida. (Lucas 24: 31-32)

E os deixou cheios de convicção. (Lucas 24: 34)

Eles voltaram para Jerusalém cheios de felicidade. (Lucas 24: 53)

As mulheres, Pedro, os demais discípulos, os viajantes na estrada de Emaús e os mais de 500 irmãos (1 Coríntios 15:6) viram Jesus cheio de vida e testificaram o túmulo vazio.

Mesmo assim, houve aqueles que fingiram não enxergar e preferiram fechar os olhos. Nesse grupo houve gente que pagou para não ver e gente que se vendeu para dizer que nunca viu. Estes estavam vazios de sentido. (Mateus 28: 11-15)

O túmulo vazio sempre mexeu e sempre mexerá com as nossas estruturas mais íntimas da alma. Diante dele, todo ser humano precisa dar resposta às perguntas: você crê? Não crê? Você viu? Não viu? Será impossível ficar indiferente. E os que crêem jamais serão os mesmos.

Uma coisa é certa, "Se, com tua boca, confessares que Jesus é Senhor, e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se Crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Conforme diz a Escritura: 'Todo o que nele crê jamais será decepcionado'." (Romanos 10: 9-11)

Túmulo vazio preconiza vida cheia.

Em Nome de Jesus (Aquele que mantém meu coração cheio de esperança)

Pr. José Junior

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sexta-feira, 3 de abril de 2009

Páscoa, o que significa isto?

Páscoa vem do hebraico pesach, "passar sobre". Foi quando Israel, após 400 anos de escravidão no Egito, foi libertado miraculosamente por Deus, e constituído como seu povo. A páscoa era o pacto entre Deus e Israel. Deus cuidaria do povo e Israel lhe seria obediente. Sua instituição está em Êxodo 12.1-13.

Neste texto destacamos três aspectos: o cordeiro, o participante e o sangue do cordeiro. Analisamos os três separadamente, ajuntando depois suas partes, e cotejando com a pessoa de Jesus, podemos entender um pouco mais sobre o significado cristão da páscoa. A páscoa judaica era também uma profecia factual, que se cumpriu em Cristo.

1. O Cordeiro

Sem defeito e macho de um ano (v. 5). Com um ano o cordeiro está adulto. Deveria ser perfeito. Um símbolo de Cristo, que começou seu ministério aos 30 anos (quando o hebreu alcançava a plenitude física) e foi sem pecado. Deveria ser comido com pães ázimos (sem fermento, símbolo da corrupção - o fermento não era químico, era comida azeda ajuntada à comida boa para fermentá-la), e com ervas amargas (símbolo da amargura da escravidão), conforme o v. 8. Deveria ser inteiramente comido. O que sobrasse, seria queimado (v. 10). Um símbolo do sacrifício de Cristo, totalmente consumido em favor da humanidade. Por isso que Paulo chamou a Jesus de "nossa páscoa", como lemos em 1Coríntios 5.7. O cordeiro simbolizava a obra de Jesus. Sua morte simbolizava a morte de Cristo por nós. Por causa do sangue do cordeiro na páscoa, Deus passou por cima dos hebreus. Por causa do sangue de Cristo, Deus passa por cima de nós e não nos condena.

2. O Participante

A páscoa deveria ser celebrada em família (v. 3). Israel deveria se ver como uma comunidade e não como uma massa de escravos. Um símbolo da Igreja, que é uma família, a família de Deus. As pessoas deveriam comer preparadas para a viagem e apressadamente. Outro simbolismo: eram peregrinos. O Egito não era o lugar deles. Da mesma maneira, um cristão compreende que é peregrino nesse mundo. Nenhum de nós viverá para semente. Todos iremos daqui. Eles tinham um destino, uma pátria. A Igreja compreende que é peregrina e que tem uma pátria melhor, como lemos em Filipenses 3.20 e Hebreus 11.14-16. A páscoa judaica lembrava aos judeus que foram estrangeiros no Egito e que Deus lhes dera uma terra. O cristão sabe que é peregrino neste mundo e que Deus lhe deu uma pátria celestial. Jesus deixou isto bem claro, como lemos em João 14.1-6. Somos peregrinos, em busca de uma pátria melhor.

3. O Sangue

O sangue era a cobertura que salvava. A meia-noite houve juízo sobre o Egito, mas onde houvesse o sangue na porta, haveria salvação e não haveria juízo (vv. 12-13). Simbolizava o sangue que Cristo derramaria na cruz para nos livrar do poder das trevas e da condenação eterna, como lemos nas seguintes passagens: João 8.34-36 e lJoão 1.7-9.

O sangue do cordeiro que foi derramado e aspergido nas portas das casas dos judeus significa que eles estavam cobertos, Deus passaria por cima da casa, e não a julgaria. Da mesma maneira, quem está coberto pelo sangue de Cristo, quem crê no seu sacrifício na cruz por nós, está coberto e não será jamais julgado: João 3.16-17. O sangue do Cordeiro de Deus nos cobre do juízo divino.

Conclusão

A páscoa do cristão não é ovo de chocolate nem o símbolo é um coelho. Isto é festa. A verdadeira páscoa é aquela em que podemos dizer que aceitamos que Jesus morreu pelos nossos pecados. Ele é a verdadeira páscoa. Ele morreu numa semana de páscoa encerrando assim o trato de Deus com Israel, e fazendo surgir outro povo, a Igreja, povo multirracial, multiétnico e atemporal, sem geografia. A ceia substitui a páscoa, pois é a nova aliança: Mateus 26.17-28. Esta nova aliança cancela a antiga: Hebreus 8.9-13. O cristão, na páscoa, lembra disto: Cristo morreu pelos nossos pecados. Esta sempre foi a verdadeira mensagem da Igreja: 1Coríntios 15.1-4. Cristo morreu por nossos pecados, como o cordeiro que morreu para que os israelitas tivessem liberdade. Mas Cristo ressuscitou, esta é a diferença. Por isso vale a pena crer nEle.

Não precisamos ser rabugentos, implicando com tudo, e negarmos o aspecto cultural e festivo dos dias da páscoa. Receba e dê ovos de chocolate, se você gostar. Mas a verdadeira páscoa é poder dizer que Cristo morreu por nós, para nos dar a salvação.Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

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quarta-feira, 1 de abril de 2009

1º de Abril - Dia da Mentira

"Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seu feitos" Cl 3.9.

Estamos falando do dia 1º de Abril. Atualmente, os trotes e as brincadeiras que caracterizam esse dia não são vistos mais com tanta freqüência. Motivo? Os fatores sociais, como por exemplo, o excesso de trabalho e as preocupações diárias, principalmente nos grandes centros urbanos industrializados, onde o corre-corre do dia a dia não dispensa tempo para tais brincadeiras.

Toda via, existem pessoas que ainda encontram tempo e se utilizam dessa data como um meio de entretenimento. Entre as crianças, de idades variadas, o dia da mentira ainda é uma sólida realidade, visto que nas escolas sofrem grande influência das brincadeiras em torno desse dia. Pergunto, então: Quem ensinou as crianças que 1º de abril é dia de mentir? Quais as conseqüências dessa brincadeira? Será que se trata mesmo de um hábito inocente?

Será que só as crianças mentem nesse dia?

Passar trotes e mentiras no dia 1º de abril é um costume comemorado em todo mundo. Nos Estados Unidos, esse dia é conhecido como April Fools Day; na França, Pisson d'Avril; e em Portugal, O Dia dos Enganos.

A Origem Desse Dia

Por se tratar de folclore, existem várias interpretações atribuídas á origem do dia da mentira. Alguns explicam que ele surgiu no século XVI, quando o rei Carlos IX, de seu Castelo de Rousillon, em Dauphine, França, baixou um decreto determinando que o ano deveria iniciar no dia 1º de janeiro, e não em 1º de abril, como acontecia. Os Franceses, então, aproveitaram esse fato para satirizar o dia 1º de abril, data em que se celebrava o ano novo. E fizeram isso com brincadeiras e ditos pitorescos, e muita gente, por ignorância ou falta de lembrança, caía nos enganos dos demais. Outra versão para a origem do dia da mentira é contada pelos estudiosos. Segundo eles, o príncipe Loraine, ao fugir do Castelo de Nacy, pregou uma peça no rei Luís XIII exatamente nesse dia. Sua intenção era brincar com o rei, nadando pelo rio Meurthe. Com a impopularidade de Luís XVIII, os franceses aproveitaram o fato para ridicularizá-lo. No Brasil, o folclórico dia da mentira foi trazido pelos portugueses.

O Dia da Verdade

Por que os homens escolheram um dia para a mentira? Por que não existe um dia para a verdade? A resposta vem da própria Palavra de Deus, que diz:

"Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras" (Sl 58.3).

Qual seria então o dia da verdade? Asseveramos que não existe um dia específico para a verdade, mas sim, que devemos sempre dizer a verdade:

"Por que a minha boca proferirá a verdade, e os meus lábios abominam a impiedade" (Pv 8.7).

A Bíblia não faz distinção entre pecado pequeno e pecado grande! Toda e qualquer transgressão aos preceitos determinados pela Palavra de Deus é pecado e necessita de perdão!

A mentira é um hábito corriqueiro na sociedade atual. Num filme americano, que no Brasil foi lançado com o título O mentiroso, Jim Carey, que ganhou o papel principal, interpreta um advogado que passa o tempo todo do filme mentindo e, por conta disso, vive situações muito delicadas. Esse é o efeito da mentira, colocar as pessoas em situações diversificadamente delicadas e constrangedoras!

É muito comum as pessoas mentirem para tentar resolver as questões mais simples da vida. Por exemplo, mentem para serem aceitas em determinado grupo, ou para não terem de dar maiores explicações. Mas os fins não justificam os meios. O problema maior consiste quando a pessoa toma a mentira como verdade. E é justamente isso que acontece, e com freqüência, nas seitas. O perfil psicológico do sectário é vulnerável. Eles aceitam ensinos irracionais e resistem á argumentação sensata. Nas seitas, devido ao autoritarismo e ao exclusivismo, a tendência ao erro sobressai. Um missionário mórmon declarou que acreditaria no Livro de Mórmons, ainda que esse livro dissesse que existem círculos quadrados. Nisto vemos o cumprimento da Palavra de Deus: E desviarão os ouvidos da verdade, voltando ás fábulas (2 Tm 4.4).

A mentira é mais um dos muitos laços que Satanás se utiliza para povoar o lago de fogo e enxofre, que o destino eterno da besta, o falso profeta, do próprio satanás e de todos aqueles que a praticam:

"Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte" (Ap 21.8).

A Bíblia declara que um abismo chama outro abismo (Sl 42.7). Seguindo esse raciocínio, podemos dizer que uma mentira atrai outra mentira. Não ignoramos o fato de que muitos adeptos de seitas são sinceros na sua crença, contudo, estão sinceramente errados. Não podemos, entretanto, dizer o mesmo de seus líderes, que ensinam aos fiéis suas mentiras como sendo verdades incondicionais. A mentira cega! Jesus disse:

"Deixai-vos; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova" (Mt 15.14).

E Paulo confirmou:

"Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior, enganado e sendo enganados" (2 Tm 3.13).

A Bíblia e a Mentira

Existe um ditado popular que diz: A mentira tem perna curta. Abraham Lincoln, disse: "Pode-se enganar algumas pessoas durante todo o tempo e pode-se enganar todas as pessoas durante algum tempo, mas não se pode enganar todas as pessoas o tempo todo".

Exortações bíblicas quanto á mentira: o que usa de engano não ficará dentro da minha casa; A falsa testemunha não ficará impune e o que respira mentiras não escapará (Pv 19.15). O que fala mentiras não estará firme perante os meus olhos (Sl 101.7). O justo odeia a palavra de mentira (Pv 13.5). O lábio da verdade permanece para sempre, mas a língua da falsidade dura só por um momento (Pv 12.19).

"Estas coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre os irmãos" (Pv 6.16-19).

A Bíblia e a Verdade

A mentira tem suas raízes no diabo, "que foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentirosa, e pai da mentira" (Jo 8.44).

Em contraste, lemos:

"Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas" (Zc 8.16).

"Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade." (2 Coríntios 13:8).

Devemos orar a Deus pedindo:

"Guia-me na tua verdade, e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação" (Sl 25.5).

"Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; une o meu coração ao temor do teu nome" (Sl 86.11).

Devemos, também, seguir o conselho do sábio Salomão: Compra a verdade, e não a vendas (Pv 23.23).

Fiquemos, pois, com a verdade, busquemos a verdade, falemos a verdade, sigamos a verdade. Foi o próprio Jesus quem disse:

"Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao pai, senão por mim" (Jo 14.6).

E ainda: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8.32).

Se a verdade liberta, por que optar pela mentira, que esvazia?

A Bíblia só foi traduzida para 2.426 das 7 mil existentes línguas faladas no mundo.
Precisamos nos apaixonar novamente pelas Sagradas Escrituras!

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