quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Oração no lugar do olho por olho

Em troca da minha amizade eles me acusam, mas eu permaneço em oração. (Sl 109.4.)

A vontade de atirar pedras em quem nos atiram pedras é enorme. A vontade de pagar o mal com outro mal é enorme. A vontade de adotar a política do "olho por olho, dente por dente" é enorme. Mas nem sempre essa é a melhor estratégia.

O salmista usou um recurso oposto ao da vingança: "Em troca da minha amizade eles me acusam, mas eu permaneço em oração" (Sl 109.4).

É claro que a injustiça tem de ser punida. Mas a vingança não pertence ao homem, e sim a Deus. Naturalmente o salmista conhecia e respeitava por aquela palavra de Deus que aparece no cântico de Moisés: "A mim pertence a vingança e a retribuição. No devido tempo os pés deles [dos inimigos] escorregarão; o dia da sua desgraça está chegando e o seu próprio destino se apressa sobre eles" (Dt 32.35).

A pessoa prejudicada não deve fazer justiça com as próprias mãos. A medida que ela deve tomar é expor a injustiça recebida a Deus e deixar o problema nas mãos dele. Além de desabafar, o que diminui a intensidade da indignação, o injustiçado entende que tomou as providências cabíveis. Nesse tipo de oração, a súplica pode ser assim: "Ó Senhor, Deus das vinganças, resplandece!" (Sl 94.1). Ou, então, "Ó Senhor, Deus vingador, intervém!" (ou "manifesta-te" ou "mostra a tua ira" ou "aparece"). Essa providência evita ira de menos e ira demais e afasta o círculo vicioso da pena de talião.

Ao permanecer em oração, mesmo quando maltratado, o salmista estava se antecipando ao conselho de Paulo: "Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira" (Rm 12.19).

Retirado de Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos (Editora Ultimato, 2006)

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